“Nós não sabemos se há substantiva e duradoura imunidade para o Zika. Se houver, dada a taxa de ataque ser muito elevada, é possível que apenas os primeiros surtos em cada população incluam adultos e que, após o esgotamento, o zika vai se tornar uma doença predominantemente de crianças, com muito reduzido risco de microcefalia”.
A hipótese é apresentada pelo artigo The Epidemic of Zika Virus–Related Microcephaly in Brazil: Detection, Control, Etiology, and Future Scenarios, disponível na já publicada edição de abril do American Journal of Public Health (Volume 106, Nº 4), periódico da Associação Americana de Saúde Pública (APHA).
O artigo é assinado por Glória Teixeira, Maria da Conceição N. Costa, Wanderson K. de Oliveira, Marilia Lavocat Nunes e Laura Rodrigues. Outros dois artigos sobre o vírus e seus desafios também foram publicados na edição, dentre eles o editorial do número, intitulado Zika: The Tragedy and the Opportunities, assinado por Laura Rodrigues.
Contudo, segundo os autores do estudo principal, é fundamental continuar as pesquisas e investigações que têm sido feitas antes de chegar a conclusões definitivas. As respostas necessárias exigem esforço conjunto das comunidades científicas nacionais e internacionais, formuladores de políticas de saúde pública e agências financiadoras. “Caso contrário, o mundo só pode assistir enquanto esta tragédia se desenvolve, comprometer o cognitivo e psicomotor desenvolvimento de uma geração de crianças”, conclui o documento. Leia o artigo na íntegra, em inglês.