A imprensa internacional segue no trabalho de repercussão do avanço inconteste dos agrotóxicos no campo brasileiro sob a égide do governo Bolsonaro. Dessa vez, foi o jornal britânico The Guardian que trouxe o assunto ao topo das suas chamadas com a matéria “Hundreds of new pesticides approved in Brazil under Bolsonaro“. A publicação ouviu o abrasquiano Luiz Claudio Meirelles, pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH/ENSP/Fiocruz).
A matéria destrincha os últimos movimentos do governo no setor, com a liberação de quase um veneno por dia, incluindo diversos químicos banidos nos países europeus, uma maior liberação dos já parcos limites de controle aos venenos e a manutenção do uso do glifosato, citando também a movimentação internacional, como a campanha “#BoycottBrazilianFood”, de boicote a alimentos importados do Brasil liderada pela ONG We Don’t Have Time e abraçada pela rede de supermercados sueca Paradiset, que mobilizou o Ministério das Relações Exteriores a procurar o governo daquele país.
Entre os entrevistados, a edição eletrônica internacional do jornal inglês ouviu David Eastmond, pesquisador em toxicologia na University of California, Riverside; Marina Lacorte, coordenadora do Greenpeace Brasil para ações em agroecologia e alimentação, e Meirelles, que destacou a importância de uma nova mobilização popular em torno da Política Nacional de Redução do uso dos Agrotóxicos (PNaRA).
Em discussão desde 2014, a proposição da Abrasco e demais entidades da Campanha Nacional contra os Agrotóxicos e pela Vida ganhou forma no PL 6670/2016, que foi aprovado em Comissão Especial da Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado. No entanto, sua tramitação voltou a empacar nos corredores de Brasília com a nova legislatura, iniciada em fevereiro deste 2019. “Se [a liberação de agrotóxicos] virou uma forma de investimento, se é onde há foco [do governo], nós precisamos avançar rapidamente [na aprovação do PNaRA]” disse Meirelles. Clique e leia a matéria completa.