O 2º Simpósio Brasileiro de Saúde Coletiva terá debates sobre a relação da imprensa e do audiovisual brasileiros, na temática Saúde e Ambiente. Acontecerão no espaço Abrasco Divulga, ambiente aberto no Minascentro, sempre de 14h00 às 15h00.
1º dia – conflitos territoriais.
No primeiro dia, 20 de outubro, será apresentado o documentário ‘Toxic Amazon’ de Felipe Milanez. O documentário Toxic Amazon: Uma Crônica De Mortes Anunciadas aborda a temática do desmatamento da Amazônia, evidenciando o abuso de poder em algumas regiões do país, como em Marabá, no Pará, e o silêncio que impera nas regiões mais abastadas da Amazônia, onde ativistas ainda tentam defender a ideia de preservação da floresta. Toxic Amazon conta a história do assassinato do casal de ambientalistas José Cláudio e Maria, ocorrido em maio de 2011, no Pará.
A seguir ao vídeo, haverá roda de conversa com os participantes e o cineasta. Felipe Milanez é fellow Marie Curie, integra o projeto Entitle – European Network of Political Ecology, é investigador e cursa o doutoramento no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e acadêmico visitante na School of Environment and Development, da Universidade de Manchester. Tem mestrado em ciência política na Université des Sciences Sociales Toulouse 1, e trabalhou como jornalista especializado na Amazônia, editor da National Geographic Brasil e Brasil Indígena, publicação oficial da Fundacão Nacional do Índio (Funai). É co-autor do livro Mata Atlântica, com o fotógrafo de meio ambiente Araquém Alcantara. Como documentarista, dirigiu e produziu o documentário Toxic Amazon (com VICE.com), entre outros. Felipe Milanez foi nomeado, pelas Nações Unidas, em 2012, um dos Heróis da Floresta para a América Latina. Suas pesquisas atuais focam dinâmicas da violência e instituições, fronteiras e culturas na Amazônia.
Codirigido pelo jornalista mexicano Bernardo Loyola, o documentário foi exibido em vários países e teve grande repercussão internacional. Por conta dele, Milanez foi indicado ao Prêmio Herói da Floresta, oferecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Ano Internacional das Florestas, em 2011.
2º dia – ecologia de saberes
No segundo dia, 21 de outubro, o Simpósio recebe o documentarista Tiago Carvalho, que vai exibir seu documentário “Gerais”. O filme trata da atualização do saber tradicional das comunidades geraizeiras do norte de Minas e da forma como essa capacidade de transformação foi fundamental em suas lutas por território e por bem-viver.
3º dia – direitos, justiça ambiental e políticas públicas.
No terceiro e último dia, 22 de outubro o debate será sobre o relacionamento da imprensa com o meio ambiente no Brasil. Para tratar do tema, o 2º SIBSA recebe o jornalista Lúcio Flávio Pinto, para uma roda de conversa.
Lúcio Flávio Pinto é jornalista profissional desde 1966. Começou em A Província do Pará, de Belém, trabalhando em seguida no já extinto Correio da Manhã, do Rio de Janeiro. A partir de então percorreu as redações de algumas das principais publicações da imprensa brasileira. Em 1988 deixou a grande imprensa. Dedicou-se ao Jornal Pessoal, quinzenal que escreve sozinho há 20 anos, baseado em Belém.
No jornalismo, recebeu quatro prêmios Esso e dois Fenaj, da Federação Nacional dos Jornalistas, tem 12 livros individuais publicados, todos sobre a Amazônia, pelo trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o Prêmio Colombe d’Oro per La Pace. Em 2005 recebeu o CPJ Internacional Press Freedom, na categoria Mídia Impressa Jornal, prêmio anual do Comittee for Jornalists Protection (CPJ), de Nova York, pelas denúncias que fez em seu jornal na defesa da Amazônia e dos Direitos Humanos.
É sociólogo, formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1973). Foi professor visitante (1983/84) do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade da Flórida em Gainesville, EUA. Foi professor visitante no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos e no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará.
No dia 29 de maio de 2014 Lúcio Flávio Pinto foi incluído na lista dos 100 “heróis da informação” da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Único representante brasileiro na lista, que integra ainda 14 profissionais latino-americanos, no total 100 jornalistas dos demais países.
Entre esses 100 comunicadores homenageados pela RSF estão nomes globalmente conhecidos, como o do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e o do ex-analista da NSA Edward Snowden, além de Glenn Greenwald e Laura Poitras, que sofrem (ou sofreram) ameaças, sequestros, prisões e assédio policial. De acordo com a divulgação da entidade Lúcio responde a “mais de 30 processos judiciais que não o impediram de seguir escrevendo sobre tráfico de drogas, desmatamento e corrupção”.