Em um mundo cada vez mais conectado, como garantir a confidencialidade, amplo acesso e a segurança de informações em saúde? Esse é um dos aspectos trabalhados no 3º Plano Diretor para o Desenvolvimento da Informação e Tecnologia de Informação em Saúde (3° Pladitis). O Plano foi tema de debate em mais uma edição da Ágora Abrasco, realizada nesta terça-feira (30), com transmissão ao vivo pela TV Abrasco.
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A pandemia de Covid-9 intensificou a produção de dados e o compartilhamento da informação. Isso acelerou processos tecnológicos, nos mais diversos aspectos da vida, e em todo mundo. Acompanhar a política pública de Informação e Tecnologia de Informação em Saúde (ITIS) e saber como o uso dos dados e informações em saúde estão inseridos no SUS e qual seus usos são essenciais para a defesa da saúde como direito.
Os pesquisadores apontam a necessidade de se debater a desigualdade e a democratização do acesso à internet e ao sistema de saúde. Para Marcelo Fornazin, Coordenador do GTISP e Pesquisador ENSP/Fiocruz, o uso das tecnologias pode melhorar os sistemas de saúde. “O SUS é um sistema universal, muito complexo. É preciso pensar nessas propostas tecnocentradas tendo a devida dimensão do SUS em mente”, afirma. “Muitas vezes colocam o SUS como um problema a ser resolvido, e não o SUS como o potencializador e uma forma de promover tecnologias para universalizar nosso sistema de saúde.”
Ilara Hämmerli de Moraes, Integrante do GTISP e Pesquisadora Titular da ENSP/Fiocruz, apontou a existência de tendência em curso no Brasil de esvaziar o Estado e utilizar seus recursos para fortalecer indústrias privadas. “Depois, de alguma maneira, essas empresas vão voltar e vender seus produtos, feitos com recursos públicos, ao Estado.”, afirma.
Em sua terceira edição, o documento lista as cinco dimensões de atuação para garantir a segurança das informações em saúde: Governança e gestão da informação e tecnologia de informação e comunicação em saúde (ITICS); Pesquisa, desenvolvimento e inovação na área temática ITICS; Ensino e formação permanente de equipe de Informação e TIC em saúde;Ética, privacidade e confidencialidade; e Informação e TIC em saúde: democracia, controle social e justiça cognitiva.
A Ágora contou com a participação de Debora Melecchi, Conselheira Nacional de Saúde, Coordenadora da CICTAF do CNS e diretora de Organização Sindical da Fenafar. A mediação foi de Francisco José Aragão Pedroza Cunha, Coordenador do GTISP e Professor Associado do ICI/UFBA.