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Evento marca lançamento do Índice Brasileiro de Privação dia 9 de dezembro

Pedro Martins

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

As mais de 300 mil pequenas unidades territoriais que compõem o Brasil, os chamados setores censitários, agora podem ser analisadas quanto ao nível de desigualdade socioeconômico. Uma nova medida foi elaborada por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, o Cidacs/Fiocruz Bahia, em parceria com a Universidade de Glasgow (Escócia). O Índice será lançado em evento online no dia 9 de dezembro de 2020, às 15h. A mesa de lançamento tem como título “Índice Brasileiro de Privação (IBP): medindo desigualdades sociais em pequenas áreas no Brasil” e conta com a presença do abrasquiano Paulo Gadelha (Fiocruz), junto com Mirjam Allik (Universidade de Glasgow), Elzo Júnior(Cidacs/Fiocruz Bahia), Regina Bernal (UFMG). A mediação será feita por Maria Yury Ichihara (Cidacs/Fiocruz Bahia). As inscrições podem ser feitas aqui.

“O IBP é uma medida para avaliar a privação material da população brasileira no menor espaço geográfico possível: os setores censitários”, explica uma das líderes da pesquisa e vice-coordenadora do Cidacs Maria Yury Ichihara. A epidemiologista aponta que o novo índice poderá ajudar a melhorar a focalização da análise das desigualdades, das intervenções e políticas públicas, além de trazer a possibilidade de monitorar progressos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda 2030.

Para a elaboração do Índice, os pesquisadores percorreram uma jornada de cerca de dois anos de trabalho, que incluíram investigadores de universidades brasileiras e da Universidade de Glasgow, com financiamento do National Institute for Health Research (NIHR). Um levantamento de outros índices municipais e estaduais no Brasil, como o Índice de Vulnerabilidade da Saúde de Belo Horizonte e o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, e de iniciativas semelhantes em outros países no mundo, como Reino Unido, Austrália, Argentina, África do Sul, entre outros, também foi realizado e ajudou nos processos de criação e de validação do IBP.

Ferramenta pode ajudar a pensar políticas públicas

Dentre alguns dados já levantados pelos pesquisados, alguns chamam a atenção, como o fato de mais da metade dos 5,5 mil municípios brasileiros terem índices de privação da população considerados altos ou muito altos. São milhares de cidades em que os percentuais de pessoas que vivem com menos de meio salário mínimo, são analfabetas e/ou vivem em moradias inapropriadas, sem água ou esgoto, atingem uma parte considerável da população. Segundo o Índice Brasileiro de Privação (IBP), as regiões Norte e Nordeste no Brasil concentram a maior parte das unidades territoriais com maior privação material no país.

Um painel de visualização estará disponível ao público após a cerimônia de lançamento do IBP. O usuário poderá navegar no mapa do Brasil e visualizar o nível de privação material por setor censitário ou por município. Gestores públicos, estudiosos e organizações sociais poderão ter uma visão em lupa das condições específicas dos setores das cidades. A pesquisadora Maria Yury Ichihara (Cidacs/Fiocruz) destacou a expectativa dos envolvidos no trabalho: “Nós somos pesquisadores, construímos esse índice, mas a gente tem um compromisso com as políticas públicas. Nossa ideia é oferecer uma medida que possa ser utilizada. Hoje a gente tem uma dificuldade muito grande de ter informação sobre a situação socioeconômica da população. São muitas possibilidades de uso, que eu gostaria que tivessem um impacto importante em todas essas áreas”.

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