Gulnar Azevedo, presidente da Abrasco, falou sobre hospitais de campanha em participação no caderno especial 7º Fórum A Saúde no Brasil, promovido pela Folha de S. Paulo. Falta de planejamento, uso inadequado, desmonte e criação tardia foram os problemas apontados pelos especialistas ouvidos pelo jornal.
As estruturas, que poderiam ser usadas para isolar pacientes, receberam pessoas em estado grave e não há dados de quanto foi investido e de quantas vidas foram salvas. De acordo com Gulnar Azevedo, “num momento de crescimento dos casos, a estrutura pode ser necessária para isolamento e para pacientes que não podem ficar em casa, mas hospital de campanha não é UTI. Como o custo de implantação e manutenção é alto, talvez tivesse sido melhor investir no fortalecimento de hospitais existentes”.
Os especialistas ouvidos explicaram que as condições nas regiões do país são diferentes, assim como o desempenho das estruturas temporárias. Para Gulnar Azevedo, transferir equipamentos e leitos para hospitais estruturados, gerais ou de alta complexidade funcionaria como legado dos hospitais de campanha. “Isso ajuda tanto para atender casos de Covid quanto para a demanda reprimida de internações por outras doenças”, ressaltou.
Gulnar Azevedo também pontuou sobre a desorganização das orientações transmitidas pelo Ministério da Saúde. “No início, a informação foi um problema. A recomendação era que os familiares recebessem boletins diariamente, mas as equipes não conseguiam se organizar para isso, o que gerou muitas reclamações”, disse.
Também participam da matéria Carlos Lula, Secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), e Daniel Soranz, epidemiologista e professor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz).
Leia na íntegra a matéria da Folha de São Paulo.