No contexto atual, quando a sociedade brasileira tenta conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, visando frear o surto do vírus zika e as epidemias de dengue e chikungunya, o médico sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos – professor titular do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) – aborda, em entrevista ao Boletim da FCM, aspectos relacionados à saúde pública no Brasil e seu principal protagonista: o Sistema Único de Saúde (SUS).
Tendo ocupado os cargos de secretário de saúde da prefeitura de Campinas (2001-2003) e secretário executivo do Ministério da Saúde (2003-2005), Gastão é referência nacional quando tratamos de temas como saúde coletiva, democratização e gestão de instituições públicas da Saúde.
FCM Unicamp – Que tipo de respaldo a população brasileira tem para lidar com as questões de saúde?
Gastão Wagner – Nós temos algo muito forte ao nosso favor que é a existência do SUS. Apesar de algumas crises e diversos problemas, muitas coisas foram feitas e funcionam no âmbito do SUS, como os hospitais universitários e os laboratórios públicos, instituições de pesquisa como a Fiocruz e o Butantã, e toda a rede de Atenção Básica, que abrange quase que 50% da população, por exemplo.
FCM Unicamp – Em quais áreas ou setores o SUS apresenta melhores resultados?
Gastão Wagner – O SUS tem uma estrutura muito grande. A área do SUS que melhor funciona é, exatamente, a de saúde pública, que cuida da promoção e prevenção da saúde, que é a Área de Vigilância à Saúde. Nosso programa de vacinas é muito bom, tem uma cobertura muito grande, é gratuita e atende crianças e adultos, gestantes, idosos, para as principais doenças infecciosas. A Vigilância Sanitária, que regula o uso de medicamentos, agrotóxicos, e questões voltadas ao meio ambiente, é razoável, se compararmos a outros países. Nosso padrão é parecido com o europeu. A área que atua no campo das doenças epidemiológicas também é boa. Temos muitos aspectos positivos no SUS, não é a toa que a nossa política de controle da AIDS é melhor do mundo.
Confira a entrevista na íntegra no site da FCM/Unicamp. – Clique e acesse o PDF.