A Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA), entidade que reúne 130 associações nacionais e mais de 5 milhões de profissionais de saúde ao redor do mundo – no Brasil, representada pela Abrasco -, enviou uma carta a líderes mundiais e autoridades apelando pelo fim imediato dos conflitos entre Israel e o Hamas.
A WFPHA lamentou o sofrimento humano causado até agora – já são cerca de 10 mil mortes e 15 mil pessoas feridas, majoritariamente civis inocentes, incluindo idosos, mulheres e crianças. Também denuncia os “graves danos às instalações de saúde essenciais, interrupção no acesso à água potável, alimentos, medicamentos, vacinas, soros e outros suprimentos médicos”, assim como a interrupção de eletricidade e combustível, que dificulta o cuidado com as pessoas feridas.
A carta é direcionada a Sérgio Danese, presidente do Conselho de Segurança da ONU; a Dennis Francis e Antonio Guterres, presidente da Assembleia Geral da ONU e secretário-geral da ONU, respectivamente; às autoridades de Israel, presidente Isaac Herzog e primeiro ministro Benjamin Netanyahu; às autoridades da Palestina, presidente Mahmoud Abbas e primeiro ministro, Mohammad Ibrahim Shtayyeh; ao Papa Francisco; ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus; ao ministro da Saúde de Israel, Moshe Arbel; à ministra e ao vice-ministro da Saúde da Palestina, Mai Alkaila e Yousef Abu Rish.
Confira trechos:
Suplicamos pela saúde e pelas vidas de civis inocentes palestinos e israelenses, idosos, mulheres, homens, crianças e bebês envolvidos nessa luta insana e desumana entre o Hamas e o Estado de Israel.
Neste momento, não tomamos partido nas diferenças políticas da situação complexa que levou ao que testemunhamos como violência injustificável contra vidas humanas. Isso precisa parar imediatamente. Como seres humanos, não podemos normalizar o sofrimento de nossos irmãos e irmãs, para não nos tornarmos menos humanos.
Tudo o que pedimos a vocês é que usem todo o seu poder, influência e voz para deter essa manifestação insana do mal puro. Vocês podem trazer luz onde há sombra, esperança onde há desespero e ajuda onde há necessidade.
Obedeçam às advertências e apelos do Secretário-Geral e das muitas agências especializadas das Nações Unidas sobre as consequências atrozes das hostilidades. Usem seu poder para pôr um fim imediato a elas. Paremos os bombardeios, a principal causa de morte, ferimentos e mutilações entre a população civil inocente
Usem sua influência para levar as mulheres e crianças para terras ou mares seguros nas proximidades, seja em campi hospitalares, navios hospitalares ou até navios de cruzeiro que possam acomodá-los sob a supervisão das Nações Unidas.
Os meios financeiros são necessários e, sem dúvida, estão disponíveis, dependendo da boa vontade da comunidade internacional.
Todos sabemos que a mentalidade de “olho por olho, dente por dente” só levará a mais perdas e sofrimento. Isso tem que parar. Usem seu poder para que isso aconteça”