Novos horizontes na formação pós-graduada, que destaquem os conteúdos articulados e interdisciplinares da Saúde Coletiva e reforçem um olhar crítico para as temáticas, valorizando a perspectiva de uma formação sanitarista em diálogo com as especialidades integrantes da área. Cerca de 70 coordenadores de mais de 60 programas de pós-graduação estiveram presentes nos dois dias de reunião do Fórum de Coordenadores dos PPG de Saúde Coletiva, realizados nos dias 13 e 14 de junho, na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP).
A mesa de abertura foi formada por José Leopoldo Antunes, diretor da unidade; Claudia Leite de Moraes, coordenadora adjunta da área junto à Capes; Rosana Onocko Campos, presidente da Abrasco; Aylene Bousquat, coordenadora do PPGSP/FSP/USP e dos coordenadores do Fórum, pelo telão.
Leopoldo Antunes deu as boas-vindas. “Infelizmente vivemos o tempo da doença e da tristeza por tanto descaso e descontrole, frutos do desinvestimento em toda a rede de proteção social, do meio ambiente, da educação, da saúde, ciência e tecnologia, num ataque coordenado contra a rede de defesa social desse país”.
Claudia Leite destacou a resiliência que os coordenadores e os PPGs vivenciaram no quadriênio, com 4 presidentes e 8 meses sem direção na Avaliação justamente no último ano do período, e agradeceu pela força do coletivo de coordenadores, tanto na defesa do SNPG como pelo trabalho de deixar transparentes as atividades desenvolvidas em seus programas, permitindo o encerramento da avaliação quadrienal com chave de ouro, apesar de todos os problemas.
Rosana Onocko, presidente da Associação, convidou todos a aproveitarem a reunião para fortalecer os laços e as bases do que motiva o fazer ciência e educação em saúde. “Quando estamos ameaçados de todos os lados, retornar ao básico e pensar o que nos fez escolher fazer ciência e trabalhar na pós-graduação nos dá sentido e sustenta o nosso esforço de tantos anos em produzir conhecimento para um país melhor. Nosso trabalho está ajudando a manter viva as novas gerações de sanitaristas”, completou a presidente da Abrasco.
Mesmo à distância por conta da pandemia, os coordenadores do Fórum deram suas saudações. “Este é um Fórum pensado para o debate da formação, para mudar cenários e buscar melhorias para nossos programas, buscando uma reconexão desse coletivo diante da grande renovação de coordenadores. Sigamos juntos, vocês aí, nós aqui, nessa construção coletiva”, frisou Anya Vieira Meyer.
O evento seguiu sua programação com três mesas temáticas. A primeira, apresentada por Aylene Bousquat, trouxe o histórico do Fórum. Na tarde do dia 13, Naomar Almeida Filho, Guilherme Werneck e Hugo Spinellli falaram dos desafios da formação pós-graduada e das perspectivas que veem para a área. Na manhã do 14, Bernardo Horta e Mariângela Cherchiglia, coordenadores da área na Capes, falaram sobre o processo da quadrienal 2017 – 2021, que em meio a tantas reviravoltas, deverá ser ter o resultado notificado diretamente às instituições no segundo semestre.
Entre as deliberações finais, os coordenadores decidiram por apoiar as mobilizações da Frente Pela Vida e paralizar as atividades em 5 de agosto, dia nacional da Saúde, para tentar se somar ao máximo à Conferência Nacional Livre, Democrática e Popular, que será realizada em São Paulo. Deliberaram também pela realização de uma reunião com os novos coordenadores para uma apresentação dos critérios que compõem a ficha de avaliação e pelo encontro do segundo semestre no dia 18 de novembro, às vésperas do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2022.