Crescimento da qualidade e discussão de novas estratégias para a consolidação da área da Saúde Coletiva. O Fórum de Coordenadores das Pós-Graduações em Saúde Coletiva reuniu mais de 100 coordenadores de programas de pós-graduação de todo o país, durante dois dias em São Paulo, para discutir com a Comissão de Avaliação da área os critérios e indicadores utilizados na Avaliação Trienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Dos 66 programas avaliados quatro conquistaram a nota 7, dois deles pela primeira vez, e compõem o grupo de excelência da pós-graduação em Saúde Coletiva, ao lado de outros sete programas que alcançaram a nota 6, um salto de 50% em relação a 2010. A maioria dos cursos recebeu a nota 4, um curso foi descredenciado e houve duas indicações para mudar para a área de ensino. O Relatório Final bem como as apresentações realizadas podem ser conferidas na seção Biblioteca.
O encontro aconteceu nos dias 12 e 13 de dezembro no anfiteatro do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (MP-FMUSP). Pela manhã do primeiro dia foram apresentados os critérios que conduziram a avaliação. Antes da sessão, a abertura dos trabalhos contou os professores José Ricardo Ayres e Paulo Menezes Rossi, respectivamente chefe do departamento e coordenador do programa do MP-FMUSP, Maria Amélia Veras, da coordenação do Fórum, e Luis Eugenio de Souza, presidente da Abrasco, que saudou os participantes e fez um pequeno balanço da atuação da entidade durante o ano. “Esse ano foi muito produtivo, e uma das maiores conquistas será aqui debatida, com a boa avaliação da pós. Marcou também o fortalecimento da graduação, com cursos que alcançaram as notas 4 e 5, as maiores desse segmento, além da mobilização do Saúde +10 e diversos espaços de atuação, como recentemente a 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena”.
A professora Rita Barradas, coordenadora da área de Saúde Coletiva da Capes, expôs a síntese da avaliação da trienal. Os trabalhos que começaram ainda em 2012 e se intensificaram de agosto a novembro deste ano, com o recebimento dos cadernos de informação da Capes, a definição de critérios de corte, análise das informações lançadas na plataforma Coleta e a defesa das notas no Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC – Capes). Cada programa foi avaliado sem identificação por dois dos vinte professores que compõem comissão. Ao final, o ranqueamento das instituições foi deliberado por consenso.
Critérios: Ao todo, a avaliação foi composta por cinco quesitos divididos em 17 sub-itens: proposta; corpo docente; corpo discente; produção intelectual, e inserção social. A maioria dos programas demonstrou melhora significativa e um dos índices desse avanço foi o aumento dos projetos financiados pelas principais agências de fomento nacionais. Outro fator que corrobora esse desenvolvimento é o nível das publicações . “Metade dos artigos foram publicados em revistas indexadas acima de B1, ou seja, além de aumentar em quantidade, tivemos um avanço em qualidade”, frisou Rita.
No entanto, a coordenadora da destacou que boa parte da produção intelectual ainda recai sobre o volume de publicação dos docentes, um cenário que deve ser melhorado. “A qualidade do trabalho discente será cada vez mais relevante nas próximas avaliações”, reinterando a importância de se melhorar o envio de informações da produção dos alunos como forma de valorizar a formação como núcleo central da atuação dos programas.
Mestrado profissional: Foram avaliados 25 programas de mestrado profissional. Desses, cinco alcançaram a nota 5, máxima para esta categoria, três conseguiram a nota 4 e 15 a nota 3. Na avaliação dos mestrados profissionais, foram utilizados os mesmos critérios na avaliação acadêmica, com maior peso para a vivência e a formação profissional no campo da saúde coletiva. “Optamos por analisar os resumos, que tem de apresentar objetivos, métodos e resultados, adequação à temática do programa e o potencial de aplicabilidade”, disse a professora Eduarda Cesse, coordenadora –adjunta para o segmento.
Produção intelectual: Durante o triênio, a área da Saúde Coletiva publicou mais de 13 mil artigos em periódicos científicos, o que fez a mediana de produção acadêmica ser estabelecida em 615 pontos. A maioria dos artigos foi publicada em revistas indexadas como B1 e o segundo grupo no estrato A2, utilizando critérios das bases do JCR, Scopus e SciElo. No levantamento feito pela comissão, a qualidade dos artigos e das revistas nos quais são publicados têm colocado a produção científica nacional em Saúde Coletiva entre as 20 melhores do mundo na área da Saúde Pública. O crescimento da pontuação foi objeto de reflexão dentro do colegiado. “Temos uma tarefa enorme para o futuro para pensar novas formas de crescer sem excluir os programas mais recentes nem jogar fora nossa trajetória”, destacou a professora Maria Amélia Veras.
Cursos 6 e 7: Grande participação de docentes permanentes, com elevada relação de alunos, teses e dissertações por acadêmico; expressiva produção intelectual, todos acima da mediana e com concentração no percentil 80; fortes internacionalização, solidariedade e capacidade de ofertar doutores para novos cursos de pós-graduação foram alguns dos critérios utilizados na análise qualitativa para a definição das maiores notas. Os programas em Saúde Coletiva IMS/Uerj e da Medicina Preventiva da FMUSP receberam nota máxima, equiparando ao de epidemiologia da UFPel e do ISC/UFBA. No grupo de nota 6 constam 3 programas da Fiocruz (Epidemiologia, Saúde Pública e Saúde Pública e Meio Ambiente), 2 da FSP/USP (Nutrição em Saúde Pública e Saúde Pública) e os da UFMG e da UFRGS.
Livros: Na manhã do dia 13, o professor Jorge Iriart, coordenador-adjunto da Comissão de Avaliação, apresentou a metodologia adotada para a pontuação das obras. “O percentual recebido acompanhou o crescimento da área”, explicou Iriart. Mais de 50% das obras foram avaliadas como técnica, didáticas e de divulgação científica, o que segundo os critérios atuais não podem ser considerados na avaliação. Os maiores índices de pontuação foram destinados às obras publicadas em editoras internacionais, nacionais com mais de vinte anos, filiadas a ABEU ou LEU e ligadas ao SciElo Livros.