Eduardo Fagnani, economista, professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (Cesit) e coordenador da rede Plataforma Política Social – Agenda para o Desenvolvimento, elaborou um texto que você vai poder conferir, elaborado como contribuição para o debate promovido pelo Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, integrado por várias entidades que historicamente atuam em defesa da saúde coletiva no Brasil. Fagnani agradece as críticas e sugestões de Eli Iola Gurgel Andrade, Fernando Nogueira Costa, Joaquim Soriano, Jorge Mattoso, Lena Lavinas, Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza, Marcio Pochmann, Nelson Rodrigues dos Santos, Silvio Caccia Bava, Tatiana Santos, Wilson Cano e Wladimir Pomar, feitas a versão preliminar do ensaio.
O objetivo do artigo é ressaltar a importância da construção coletiva de um projeto de transformação que deveria servir como referência para a luta política no Brasil neste início do século 21. Segundo Fagnani, isso porque nas últimas décadas, o campo progressista deixou de tratar dos grandes temas nacionais relacionados ao enfrentamento do subdesenvolvimento político, econômico e social do país. “A fragmentação da luta política em torno de pautas setoriais específicas tem prevalecido ante o debate de temas estruturais. Com raras exceções, perdeu-se a perspectiva de que o encaminhamento de muitas dessas pautas segmentadas depende de superarem-se constrangimentos estruturais políticos e econômicos pensados na ótica de um novo projeto de transformação. A segmentação de pautas tende a conduzir os diversos atores políticos para labirintos cujas portas de saída dificilmente serão encontradas. Partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e universidade parecem viver enredados e prisioneiros de seus próprios labirintos (seção 1)”.