A Frente pela Vida reuniu entidades da saúde pública e movimentos socais de todo o país nesta segunda-feira (5), na sua Plenária Nacional, que celebrou o Dia Nacional da Saúde e marcou os dois anos da primeira Conferência Nacional Livre Democrática e Popular de Saúde. Realizada na cidade de São Paulo (SP), em 2022, ainda durante a pandemia, a conferência foi um momento importante para definir as diretrizes de uma política de saúde no Brasil, às vésperas da eleição presidencial.
Responsável por mediar a Plenária, Túlio Franco, da Rede Unida, destacou a importância da Conferência para contribuir com uma política nacional de saúde pública, com financiamento estatal, universalista e equitativa. “Neste momento, estamos rememorando essa conferência e o sentido que ela tem para a reconstrução do Brasil, da democracia e a reafirmação do nosso projeto de uma saúde universal, que proteja e cuide da população, e que reflita os valores de solidariedade e generosidade que o Estado brasileiro deve ter para com o povo”, afirmou.
A presidente da Abrasco, Rosana Onocko Campos, enfatizou a importância da Frente Pela Vida na criação de consensos e na ampliação do diálogo no campo da Saúde Coletiva. “Nossas entidades têm liberdade para se manifestar sobre o que quiserem, mas sobre o nome da Frente pela Vida, construímos um consenso progressivo. Isso, do ponto de vista da recriação dos movimentos e do fortalecimento da democracia no Brasil, é uma inovação importantíssima“, reflete Rosana.
“Algumas de nossas ações incluem a atuação nos conselhos de participação, retomados depois de abandonados pelo governo passado, e a participação na Frente Parlamentar pela Saúde. Temos buscado também uma incidência dentro do Parlamento. Além disso, contamos com a participação do povo em cada localidade, defendendo o SUS e as bandeiras sem as quais o SUS não avançará no que precisamos. Temos tido quase um mantra: financiamento, carreira e regionalização. A união do movimento sanitário é um diferencial e algo que precisamos cuidar muito”, conclui a presidente da Abrasco.
Entre os participantes do evento estava o teólogo e escritor Leonardo Boff, que apontou como dever primordial dos governantes a garantia da vida e da saúde de seu povo. “O Estado deve, acima de tudo, cuidar da saúde de seu povo, pois a saúde depende da natureza, do trabalho e da criação humana. A crise atual nos obriga a repensar o conceito e a realização da democracia, possibilitando um avanço qualitativo que supere o conservadorismo, o reacionarismo e fundamentalismo dominantes”, detalhou.
O encontro contou com ampla participação, com falas de representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, do senador Humberto Costa e dos deputados federais Jandira Feghali (PCdoB -RJ) e Pedro Tourinho (PT – SP), além de porta-vozes das organizações que compõem a Frente Pela Vida e representantes da sociedade civil.