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Frente Pela Vida se reúne com integrantes da saúde da equipe de transição do novo governo

Bruno C. Dias

Parte dos mais e 60 participantes da Plenária da Frente, realizada na quarta, dia 9/11

Mais de 60 participantes representantes de entidades científicas, profissionais, movimentos sociais e partidos de esquerda participaram da Plenária da Frente Pela Vida realizada nesta quarta, dia 9. A atividade, a primeira após a eleição do terceiro mandato de Luis Inácio Lula da Silva, foi marcada pela avaliação da campanha e pelo diálogo com representantes da equipe de transição de governo da área da saúde. Numa demonstração de reforço da sua unidade, a Frente destacou seu compromisso com políticas em torno do SUS %100 público, e não ao redor de nomes. Nas próximas semanas, a Carta-Compromisso da Frente aprovada na Conferência Livre, Democrática e Popular será formalmente entregue à equipe de transição.

Convidados à plenária, estiveram presentes os ex-ministros Arthur Chioro e Alexandre Padilha, nomeados oficialmente para o grupo de transição. Chioro destacou a grande presença do SUS nas falas e preocupações do Presidente Lula. “É alvissareira a situação do onde partimos nos debates e na defesa do SUS. Nunca partimos de um patamar e de uma clareza tão bem estabelecidas como neste momento”.

O ex-ministro ressaltou que não havia a clareza, por parte da equipe do presidente Lula, do quanto o orçamento do Ministério da Saúde estava sacrificado. Essa informação tem sido entendida como central no debate para a redação da PEC Emergencial. “Independentemente do mecanismo a ser adotado, esse governo vai romper com a ideia da austeridade, uma vitória do SUS”, completou Chioro.

Já Alexandre Padilha ressaltou o papel da Frente Pela Vida na construção da campanha Lula, o que qualifica o movimento sanitário como um dos primeiros setores a serem ouvidos pela equipe de transição. “Vamos construir um momento formal na agenda para esse diálogo. A produção da Frente vai compor o relatório que vamos entregar a Lula e Alckmin. Precisamos elaborar esse diagnóstico para construir uma terapia para a saúde do Brasil a partir desse documento”, disse o deputado federal.

Movimento social seguirá alegre e vigilante, no apoio e na pressão:
Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, disse da emoção que a vitória de Lula diante das forças do atraso precisa significar para o movimento social “Precisamos celebrar e multiplicar essa vitória. A Frente Pela Vida teve um papel fundamental e será esse sentimento que permitirá nossas pautas acontecerem. Já está claro que essa transição não será somente técnica, e sim, técnica-política. Precisamos aproveitar todos os espaços possíveis do processo da 17ª Conferência Nacional de Saúde para travar o debate e manter a sociedade mobilizada, pois governo, assim como feijão, só funcionam na pressão”.

A presidente da Abrasco e integrante da Operativa da Frente Pela Vida Rosana Onocko Campos saudou toda a militância da Frente por fazer luta política com unidade. “Fomos extremamente bem sucedidos ao colocar pontos da defesa e fortalecimento do SUS na agenda das eleições. Isso demonstra como a Frente reforçou seu papel como ator político amadurecido na construção de consensos. É correta a nossa decisão de propor e lutar por políticas públicas de fortalecimento do SUS, e não nos reduzir em articulações por nomes e cargos. Nosso papel é ser movimento social. Foi Lula que nos pediu isso na Conferência Livre e Democrática de Saúde. Pediu isso para que possamos criticá-lo, se necessário”, disse Rosana.

Tulio Franco, coordenador da Rede Unida e também da Operativa, destacou o caráter único da Frente como movimento social com característica de frente ampla. “Precisamos nos preparar para uma disputa que vai durar bastante tempo. É ótimo ver que essa equipe de transição tem sua referência no movimento social. Vamos precisar mobilizar ainda mais, o que exigirá uma melhor linha de comunicação e reforço do nosso compromisso coletivo. Assim, munidos de informações e posicionamentos, iremos contribuir com os decisores políticos”. 

Por fim, Lúcia Souto, presidente do Cebes e também da Operativa, fez uma homenagem à saudade deixada pela cantora Gal Costa que faleceu nesse dia 9 e apontou que a atual crise do neoliberalismo promoverá um reposicionamento das forças democráticas, exigindo mais unidade, fraternidade e diversidade.

“Queremos construir um Brasil que nunca aconteceu. Esse Brasil que ganhou as eleições precisa mostrar e estar repleto de novas práticas. É uma transformação que vamos fazer e estamos credenciados para realizá-la. O desafio será grande, mas criamos as condições para fazê-lo e dele não vamos abrir mão”, encerrou Lúcia.

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