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Frente Pela Vida reuniu milhares em ato virtual: Brasil não pode se calar

Hara Flaeschen

O Brasil contabiliza mais de 255 mil mortes por coronavírus, e diversos municípios atingiram a capacidade máxima nas redes de saúde. O Sistema Único de Saúde está colapsando. Diante do desespero da população, e da desorganização das autoridades políticas e sanitárias, a Abrasco e demais entidades da Frente Pela Vida promoveram o evento “O Brasil não pode se calar! Ato pela saúde, pela vida e pela democracia!”, nesta terça-feira (2/3).

Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco, abriu o encontro e destacou a importância histórica desta mobilização “no contexto gravíssimo em que o país se encontra”. Gulnar convocou a sociedade brasileira para uma união “a fim de salvar vidas, para que o Brasil volte a ter esperança”. A mediação foi de Sonia Aciolli, da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn).

Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, fez a primeira fala pela Frente Pela Vida: “A vida vai vencer a morte, a esperança deve vencer o medo. Continuamos marchando juntos, nos abraçando à distância, demarcando nosso posicionamento. O debate que está colocado é: precisamos escolher entre a vida e o distanciamento social temporário”. As demais organizações da saúde que compõem o movimento também estavam presentes.

Representando as outras entidades da Frente Pela Vida, falaram Padre Paulo Renato (assessor político da CNBB); Ildeu Castro (presidente da SBPC); Cid Bejamim (vice-presidente da ABI) e Edward Madureira Brasil (presidente da Andifes). Também estiveram presentes Eduardo Tadeu (diretor executivo da ABM); Heleno Araujo (CNTE), Kelli Mafort (MST); Clemente Ganz (assessor do Fórum das Frentes sindicais); Eliane Xunakalo (APIB); Márcia Lopes (Coalizão de Direitos Valem Mais) e Getúlio Vargas (CONAM).

Lucia Souto, presidente do Cebes, entregou um manifesto para os parlamentares Jandira Feghali (PCdoB), Alexandre Padilha (PT), Paulo Fernando dos Santos (PT) e Afonso Florence (PT) – que integram a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. “Há perspectiva de ampliar a cobertura vacinal a tempo de alcançar a imunidade coletiva necessária. É chegado o momento de conclamar todas e todos a darem um basta a essa escalada de mortes” afirmou Souto, em nome de todas as entidades.

Ex-ministros da saúde apoiam Frente Pela Vida

Estiveram presentes os ex-ministros da saúde Alexandre Padilha, Arthur Chioro, José Agenor Álvares, José Gomes Temporão, José Saraiva Felipe, Humberto Costa e Nelson Teich. É consenso entre eles, que já ocuparam o cargo de maior autoridade sanitária do país, que a política negacionista do governo federal suprime a capacidade do SUS de salvar mais vidas.

Segundo Alexandre Padilha, é preciso encarar a decisão do executivo – de não vacinar o povo brasileiro – como política. Temporão concordou, e pontuou que cometem-se “crimes contra a vida” desde o ano passado. Chioro acredita que, se nada for feito, caminharemos “para uma tragédia ainda maior, humanitária, política, social e até mesmo funerária”.

Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Secretário de Saúde do Estado do Maranhão, saudou os representantes das entidades presentes: “Queria dizer, enquanto cidadão brasileiro, às entidades da Frente Pela Vida: muito obrigado. Vocês nos impulsionam para dias melhores. O Brasil vai vencer esta pandemia”.

Mais de 7 mil pessoas acessaram a transmissão do ato, só na TV Abrasco, atendendo ao chamado da Frente Pela Vida: é preciso exigir que o governo federal controle a pandemia, garanta o auxílio emergencial, os recursos do SUS e da ciência e a vacinação para todas e todos.

Assista:

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