O governo confirma a relação entre a epidemia de microcefalia e o zika vírus, e o surto é a grande oportunidade para o país enfrentar de uma vez por todas e de forma integrada o mosquito Aedes Egypt, transmissor da doença. Este foi o tema da entrevista concedida pelo presidente da Abrasco, Gastão Wagner, aos jornalistas da Rádio Band News FM, Paulo Cabral e Tatiana Vasconcellos.
Durante a entrevista, Gastão alertou que o ano passado o Brasil teve um milhão e quinhentos mil casos de dengue, mas o número deve ser 4 vezes maior, por causa dos casos não diagnosticados. “Tem que fazer diferente, a forma de combate a este mosquito está completamente equivocada: as pessoas sozinhas não conseguirão vencer o mosquito, é preciso uma intervenção urbana pesada realizada pelo Estado em parceria com a sociedade civil. Além disto a redução da infestação exige ação articulada e sincronizada entre estados, municípios e União. Mas um dos problemas do Sistema Único de Saúde é a fragmentação, um município faz mas o outro do lado não faz, uma cidade avança mas a outra regride. Não teremos todas as famílias brasileiras colocando calhas em suas casas, protegendo suas caixas d’água – é preciso atuação generalizada. Isso pode ser feito em 2, 3 meses, tirar a política partidária, temos que ter políticas coletivas”, disse Gastão.