Com uma injeção de ânimo e uma chamada coletiva à responsabilidade, Gastão Wagner de Sousa Campos, professor titular do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Campinas (DSC/FCM/Unicamp) e presidente da Abrasco, liderou a reunião da Comissão de Organização Local do 12ª Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2018 – realizada na última quinta-feira, 25, na residência oficial da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
Estiveram presentes representantes de todas as instituições parceiras do Congresso, que será realizado entre os dias 26 e 29 de julho deste ano, na sede da Fundação, Zona Norte do Rio. A seis meses do evento, Gastão informou as deliberações da última reunião da Comissão Científica, realizada em dezembro passado, e repassou o andamento das ações e deliberações necessárias para este Abrascão 2018, o maior congresso de Saúde Pública da América Latina do ano.
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“Acho que os congressistas não podem vir com um sentimento de quem vem para uma colônia de férias. Anseio por um espírito de participação [dos associados e congressistas], que as pessoas sintam que o congresso é nosso”, disse Gastão ao abrir a reunião. Ele frisou também os motes científico – Fortalecer o SUS, os direitos e a democracia – e organizativo – diversidade e inclusão – como elementos centrais do campo da Saúde Coletiva. Para ele, é momento de concentrar as ideias e fazer delas realidade da maneira mais factível ao orçamento – a ser gerado principalmente pelo valor das inscrições de congressistas – e à tradição crítica do campo.
No mesmo sentido, Guilherme Franco Netto, dirigente da entidade e coordenador da Comissão, clamou por uma concentração de esforços na reta final. “Tem que ter compromisso e colocar a mão na massa”, sintetizou ao final de sua fala. Franco Netto e Thiago Barreto, secretário executivo da Abrasco, junto com suas equipes assessoras, irão acompanhar reuniões e deliberações das subcomissões com o intuito de identificar as propostas de maior potencial, assim como os gargalos a serem resolvidos, e desenhar o planejamento operativo do Abrascão.
Após as falas iniciais dos três dirigentes, coordenadores e integrantes das subcomissões relataram os andamentos e apresentaram propostas e demandas. Ao longo dos informes e da identificação das limitações, novos membros foram adicionados aos grupos, já com funções específicas para solucionar demandas postas e previstas. Todas as subcomissões saíram com indicativos de reuniões operativas e com a responsabilidade de informar à coordenação executiva. Ao longo das inscrições, diretores de instituições parcerias e co-realizadoras do Abrascão, como Rodrigo Murtinho (ICICT/Fiocruz), Aluísio Gomes da Silva Junior (ISC/UFF) e Maria de Lourdes Cavalcanti (IESC/UFRJ), reforçaram seus compromissos e de suas instituições com o evento, oferecendo importantes aportes de organização e infraestrutura. Confira abaixo as principais decisões e encaminhamentos das subcomissões:
Mobilização Social: Caberá a esta comissão promover os espaços de interação entre os diversos movimentos sociais, coletivos e entidades da sociedade civil que estarão presentes no evento. As tendas deverão também pautar a saúde brasileira em ano de eleições, abrindo espaço democrático para diferentes candidatos, em atividades paralelas às da programação científica. É responsabilidade também da Mobilização junto com às direções das instituições parceiras a organização de hospedagens solidárias e de alocação dos graduandos nos alojamentos universitários na Ilha do Fundão e em Niterói, bem como dos voluntários para atividades de apoio.
Infraestrutura e Finanças: Já está em fase final a definição das grandes estruturas necessárias para a realização do evento e o desenho do croqui de segurança, com definição de rotas de acesso e transporte; participação e localização de bombeiros, paramédicos e rotinas de limpeza. Haverá cerca de 200 ônibus direta ou indiretamente em função do evento, com um sistema de bolsões para paradas próximas ao campus, e limitação de carros de passeio particulares ou vinculados à aplicativos no campus Manguinhos. A recomendação é clara: Utilize o transporte público de massa (ônibus, trem e metrô) para se deslocar até os pontos de integração, ainda a serem definidos e amplamente divulgados.
Comunicação: Já estão em circulação as principais peças eletrônicas de divulgação do prazo de submissão de trabalhos, que se encerra em 21 de fevereiro, bem como anúncios a serem alocados nos sites de instituições parcerias. Uma nova leva de artes evidenciará o transporte coletivo e a hospedagem solidária, entre outros prazos e informações. Haverá também uma plataforma para credenciamento de imprensa, tanto para veículos comerciais, institucionais, dos movimentos sociais como para comunicadores em saúde autônomos, que alimentam e mantêm blogues e sites. Vinculação temática e comprovação de atividade regular de publicação serão elementos obrigatórios para o credenciamento.
Cultural: Três eixos centrais foram diretamente encaminhados pelo presidente da Abrasco à subcomissão. Produções artísticas em variados suportes irão mostrar a força e a diversidade da Saúde Coletiva, num trabalho em estreita colaboração com movimentos da Saúde Mental, do campo e da cidade. Nas apresentações teatrais e musicais, serão valorizados as sonoridades, cores e vozes das comunidades periféricas ao campus da Fiocruz, notadamente Manguinhos, Maré e Jacaré, num diálogo capitaneado pelo setor de Cooperação Social da Fiocruz. O terceiro eixo valorizará a história da ciência e da Fiocruz, construído em sintonia com a presidência da Fundação e o Museu da Vida.