Lançado em 2008 e iniciado no ano seguinte, o curso de graduação em Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) passa por um processo de efervescência e de transformação. Assim como outras graduações criadas a partir do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), o curso discute internamente sua mudança e oficialização para ser uma graduação em Saúde Coletiva e pleiteia a abertura de vagas, por meio de concurso público, nas Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal e Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP).
A iniciativa partiu dos estudantes e dos egressos das primeiras turmas do curso, formados nos anos de 2012, 2013 e 2014. Com a percepção da necessidade de maior reconhecimento e inserção da profissão no mercado de trabalho, eles criaram um Grupo de Trabalho (GT) durante o II Encontro Regional de Estudantes de Saúde Coletiva (ERESC), realizado na cidade de Salvador(BA) em 2013. Inicialmente, o GT possuia três principais objetivos: construir um espaço de diálogo interinstitucional; desenvolver ações que busquem a profissionalização, e planejar a inserção no mercado de trabalho e o reconhecimento da graduação.
Desde então, os encontros são realizados quinzenalmente para a troca de conhecimentos e das atividades desenvolvidas por graduandos, egressos, profissionais e gestores que atuam em sistemas e serviços de saúde da capital e do estado. Para subsidiar as ações criadas pelo GT, os participantes recorrem ao apoio de professores, à artigos científicos da área de Saúde Coletiva e aos GTs de outros estados. Entre os resultados, destacam-se a construção do Projeto de Lei para o reconhecimento e inserção do bacharel em Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal e a articulação com a Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP) para garantia de vagas de sanitaristas graduados nos próximos concursos públicos.
Outra frente é a própria mudança da nomenclatura do curso, reivindicação do movimento estudantil local que conta com o apoio da coordenação da graduação. Com a mudança, o objetivo é acompanhar a tendência nacional de outras Instituições de Ensino Superior (IES) em constituirem de fato o campo da Saúde Coletiva, apoiadas pelas ações do Ministério da Saúde que visam a valorização dos profissionais da área da saúde em nível de graduação e o reconhecimento dos novos sanitaristas, possibilitando a ampliação da oferta do mercado de trabalho.