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GT Educação Popular em Saúde renova coordenação e mira na integração

Não há atuação sem renovação. É nessa perspectiva que os grupos temáticos da Abrasco procuram trabalhar. O Grupo Temático Educação Popular em Saúde (GT EdPop/Abrasco) reuniu-se por duas vezes ao longo do VII Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, realizado em outubro de 2016, quando avaliaram o contexto, a caminhada e as perspectivas do GT. Já após Cuiabá, uma série de conversas eletrônicas consolidaram as discussões e definições feitas presencialmente, dentre elas, a escolha de uma dupla de coordenadores, recentemente confirmada. São eles Pedro Cruz e Vanderléia Pulga.

Pedro José Santos Carneiro Cruz é professor do Departamento de Promoção da Saúde do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba (DPS/CCM/UFPB). Doutor e mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação pela própria UFPB, é graduado em Nutrição e trabalha com temas ligados à educação popular em saúde, extensão popular e educação e segurança alimentar e nutricional de comunidades. Além de membro do GT EdPop, Pedro Cruz integra a Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde (CCSHS/Abrasco).

Vanderléia Laodete Pulga é docente na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), na qual leciona Saúde Coletiva no curso de Medicina, sediado no campus Passo Fundo. Doutora e mestre em Educação em saúde, trabalha na interface da Saúde Coletiva – Educação – Educação em Saúde; além dos temas Gestão participativa em saúde e Gênero e saúde. Vanderléia integrou a direção da Associação Brasileira da Rede Unida (2010-2016) e compõe a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular (Aneps).

Em mensagem à direção da Associação, Julio Wong, professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF) e ex-coordenador do GT, agradeceu o apoio que recebeu ao longo dos cinco anos à frente do grupo. “Crescemos muito, embora eu considere que há muito a ser construído para tirar a educação crítica freiriana do seu lugar periférico na Saúde Coletiva e ultrapassar visões superficiais e até caricatas sobre o campo, ainda vigentes. Há, por tanto, muito a ser construído”. Ele destacou ainda a disposição do GT para os diálogos, debates e interfaces que a rede de pesquisadores e militantes proporcionada pela Abrasco. “As construções inter GTs têm sido uma escola salutar de democracia para a atuação da Associação”.

A perspectiva do diálogo continuará sendo o leme da nova coordenação. “O desafio em compor a coordenação é ser um elemento aglutinador, potencializador, mediador de tanta riqueza de sujeitos e pessoas espalhadas Brasil afora”, aponta Pedro Cruz, que destaca, entre as novas ações, a consolidação das parcerias com demais associações e entidades da área da Educação Popular em Saúde, como a Aneps, a Rede de Educação Popular em Saúde e a Articulação Nacional de Extensão Popular (Anepop). “Tem sido muito importante que atores e atrizes desses coletivos consigam ter pautas e momentos de construção coletiva e compartilhada. Mesmo que cada um tenha sua caminhada e suas pautas específicas, é fundamental que consigamos nos unir, dialogar e construir juntos estratégias pensando a Educação Popular em Saúde como um todo”.

Seja homenageando Paulo Freire ou figuras centrais das lutas populares através dos tempos, como a baiana novecentista Maria Felipa ou a psicóloga e militante goiana Oraida Abreu, as tendas da Educação Popular em Saúde têm sido um desses espaços de aglutinação. Para Vanderléia, o GT EdPop sempre atuou em parceria com os coletivos da área, característica que deverá ser ainda mais trabalhada em próximas edições. “A estratégia de viabilização das tendas Paulo Freire e similares em congressos e eventos da Saúde vem sendo espaços de articulação, mobilização, reflexão, de produções conjuntas e de cuidados integrativos de diferentes atores sociais na saúde do Brasil e do mundo. São espaços produtores de inovações no Sistema Único de Saúde”.

A mesma integração pontua também as leituras dos coordenadores sobre a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEP-SUS), aprovada em novembro de 2013. “A política está instituída, recentemente seu plano operativo foi pactuado e aprovado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Na última reunião que houve do Comitê nacional da PNEP-SUS, foi consenso que, mesmo no contexto atual, é importante que reivindiquemos a sua implementação, pois a PNEP-SUS não é uma política do governo do PT ou do PMDB, mas uma política do Estado brasileiro, do SUS”, ressalta Pedro. Vanderléia completa: “A força da luta, da resistência e da organização popular de milhões de pessoas é que será capaz de tecer um novo mundo pautado na justiça, no amor, solidariedade e na igualdade, como traz a PNEP-SUS”.

Além desses pontos, integrantes do GT preparam novas obras de referência e debate: a coletânea de artigos já intitulada “Educação Popular em Saúde: Aspectos Conceituais”, o terceiro Caderno de Educação Popular em Saúde e uma publicação com as experiências das pesquisas e das produções culturais vencedoras das edições do Prêmio Victor Valla. Clique aqui e leia a entrevista com os coordenadores na íntegra.

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