Para discutir os impactos do racismo na saúde do Brasil contemporâneo, o Grupo Temático Racismo e Saúde (GT Racismo/Abrasco) estabeleceu parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA Brasil). Com isso, serão fortalecidas as ações do GT voltadas para a ampliação de estudos sobre a população negra no contexto da pandemia da Covid-19. A colaboração da Abrasco com a agência de desenvolvimento internacional também irá possibilitar o aumento do intercâmbio entre os pesquisadores e a utilização de bancos de dados desse braço da ONU dedicado às questões populacionais.
A parceria foi celebrada numa reunião virtual realizada em 1º de junho, quando os especialistas puderam compartilhar experiências e falar sobre desafios e expectativas. Edna Araújo, docente da Universidade Estadual de Feira de Santana e uma das coordenadoras do GT, destacou a importância da parceria. “Temos uma expectativa de que seja uma porta para trabalharmos juntos chamando a atenção para o problema da situação de vulnerabilidade de várias populações, sobretudo da população negra”, disse a pesquisadora.
A parceria entre UNFPA Brasil e Abrasco está sendo construída a partir da perspectiva de investimento em organizações da sociedade civil, e neste caso, está alinhada com o Plano de Ação da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, realizada em Durban (2001) e também com o Plano de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada em 1994.
A parceria do GT Racismo e Saúde da Abrasco com o UNFPA vai contribuir com as discussões sobre saúde na perspectiva de raça, cor e etnia. Rachel Quintiliano, oficial de Programa para Gênero, Raça e Etnia e Comunicação do UNFPA Brasil, pontuou que a parceria amplia os conhecimentos e joga luz na vulnerabilidade da população negra. “Acredito que essa parceria vai nos ajudar a entender o fenômeno do impacto da Covid-19 sobre a população negra, e também vai nos auxiliar a ter uma visão mais ampla sobre os aspectos que colocam essa população em desvantagem com relação ao acesso à saúde pública, para além disso, vamos evidenciar a produção de conhecimento das pessoas que estão pesquisando sobre o assunto”.