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GT Saúde Bucal Coletiva promove diálogos bucaleiros na pandemia

De junho a agosto de 2020 e em meio à pandemia do novo coronavírus, o Grupo Temático Saúde Bucal Coletiva (GTSBC/Abrasco) iniciou um ciclo de debates virtuais buscando aproximar profissionais e docentes da área, ampliar temas e explorando novos formatos. Sob coordenação dos professores: Cristine Maria Warmling ( UFRGS) , Sonia Cristina Lima Chaves (UFBA), Cláudia Flemming Colussi (UFSC), Rodolfo Macedo Cruz Pimenta (UEFS), Roosevelt Silva Bastos ( USP-BAURU) e  Otacílio Batista de Sousa Nétto (UFPI), os Diálogos Bucaleiros constituiram-se numa importante fonte de informações e de troca de experiências entre os integrantes do GT e parceiras e parceiros, incluindo convidados internacionais. Os debates virtuais do GTSBC/Abrasco também marcaram presença na Ágora Abrasco, tecendo novas conversas entre diferentes grupos temáticos.

E que tipo de diálogo bucaleiro é esse? Com a palavra, o próprio GTSBC/Abrasco, que produziu um documento em diálogo com a Comunicação Abrasco, destacado e entremeado ao longo deste texto.

“Um diálogo que se proponha ao estranhamento do próprio núcleo e dos seus campos correlatos. Que não tema se procurar no avesso, no outro lado do bordado ou do espelho, onde a imagem se forma invertida, desfocada, mas ainda assim com alma. Que não perca o humor, a leveza, o sabor de aprender, o paladar de um novo saber, e quem sabe, compartilharmos um fraterno negro e dilânico amor. Mas não seria isso, diálogo em construção pedagógica, mas acima de tudo política?”


Na sessão inaugural dos Diálogos Bucaleiros, em 11 de junho, Renata Goulart (UFSC) conduziu a conversa com Fernanda Carrer (FOUSP) e Rafael Ditterich (UFPR) sobre O processo de trabalho na Atenção Primária em tempos de Covid-19: indicadores (não recomendados?), bio-insegurança, tele-odontologia e a (indi)gestão do cuidado, tema da sessão.

“Equipes em suspensão das suas atividades clínicas cotidianas e reinvenção de seu trabalho, mas nossos três jovens companheiros(as) apontaram possibilidades e tornaram visível uma nova cidade do pensamento.”

No dia 18 do mesmo mês, a Política Nacional de Saúde Bucal esteve no centro do debate. A sessão A gente (não) quer só política de saúde bucal… A gente quer…. teve mediação de Marcos Werneck (UFMG) e contou com as participações de Sônia Chaves (UFBA) e Paulo Sávio de Góes (UFPE).


“Com mediação mineira e falação nordestina (pernambucana e baiana) tivemos um panorama sucinto porém rico do que foram os momentos de implantação e expansão da participação da saúde bucal coletiva na atenção primária em saúde brasileira, e agora do parece ser o seu ocaso, descaso oficialmente planejado”.

A prática odonto(lógica) que nos constitui… a história que nos pertence… foi o tema da terceira sessão, realizada em 25 de junho, com as participações de Carlos Botazzo (USP) e Thaís Aranha-Rossi (Uneb), com a mediação de Cristine Warmling (UFGRS).

“Para pensar o contemporâneo em sua crise constitutiva, a história se impõe não apenas como dispositivo de análise sociológica, mas dispositivo de constituição das próprias práticas sociais, colocadas em cheque frente a pandemia”.

Para fechar junho, a sessão As reformas da APS e as fragilidades da saúde bucal coletiva no enfrentamento da Covid-19 foi transmitida no dia 30, com as participações de Cristine Nobre (SMS Pirpirituba/PB); Carlos Pilz (SMS Cachoeirinha/RS); Lilian Magalhães (SMS Bragança/PA); Valeska Pivatto (SMS Florianópolis/SC) e mediação de Helenita Ely (PUC-RS).

“É nosso chão, nossa produção de cuidado, mas de fato como isso tem sido, e efetivamente se dado. Tiveram a palavra nossos trabalhadores de saúde, muitas vezes negligenciados nestes espaços e lugares de fala tão seguidamente ocupados pela academia.

A epidemiologia esteve no centro do debate dos Diálogos Bucaleiros de 9 de julho. A sessão Epidemiologia, Epidemiologistas e SB Brasil 202… contou com as presenças de Efigênia Ferreira e Ferreira (UFMG); Angelo Roncalli (UFRN) e mediação de Antônio Carlos Pereira (Unicamp).

“Os epidemiologistas mexem com números, vivem de números, indicadores, muitas vezes descritos em um dialeto pouco acessível aos não iniciados. O relato da tradição brasileira em produzir dados, informação e conhecimento sobre as condições de saúde bucal da população brasileira. Os responsáveis técnicos pelos duas últimas pesquisas de base nacional trouxeram-nos o que aproxima e distancia estes levantamentos, além do intervalo de tempo de 10 anos que se transformam em políticas.”

Os Diálogos Bucaleiros estrearam na agenda da Ágora Abrasco em 20 de julho, no formato de colóquio. A sessão Desafios da Saúde Bucal Coletiva frente à Covid-19 teve como expositores Samuel Moysés (PUC-PR), Paulo Frazão (FSP-USP), Daniela Carcereri (UFSC), Sylvio da Costa Júnior (SOESC); como debatedores Cláudia Flemming Colussi (UFSC), Evelise Tarouco da Rocha (SMS Porto Alegre/RS), Guadalupe Sales (UNIT e CRO-SE), Marco Antônio Manfredini (CRO-SP), Moacir Paludeto (SMS Arapongas/PR), Paulo Santos (SES/PE), Rodolfo Pimenta (UEFS), Sonia Cristina Lima Chaves (UFBA) e Vitória Macedo (SMS Manaus/AM) ; e mediação de Paulo Capel (FSP/USP). O debate teve cobertura publicada no site da Abrasco no texto O contexto geral e específico da Saúde Bucal Coletiva sob a lente da pandemia.

“Na Ágora Abrasco, lá estava o GTSBC em busca da amplificação do diálogo no seu campo mãe, na sua raiz para pensar sobre os ‘Desafios da saúde bucal coletiva frente à COVID-19’. Dos aspectos políticos e sociais da pandemia passando pelos impactos na saúde bucal coletiva, pelo papel da saúde bucal coletiva na vigilância e na APS e chegando no campo da gestão do trabalho e da educação na saúde bucal coletiva frente à COVID-19, já apontando para as possibilidades de organização política e de proteção do profissional de odontologia em tempos pandêmicos.

Em 21 de julho foi a vez da sessão Desigualdades e Vulnerabilidades em saúde andam na boca do mundo. A conversa contou com as participações de Márcia Alves (UFRJ e GT Racismo/Abrasco), Roger Celeste (UFRGS) e Padre Júlio Lancellotti (Paróquia de São Miguel Arcanjo, de São Paulo-SP), e teve como mediador Helder Pinheiro (UFPA).

“A vivência desse percurso ‘bucaleiro’ nos conduziu ao esperado momento de dialogar sobre como a saúde bucal coletiva tem lidado com as vulnerabilidades humanas nos modos de nascer, andar a vida, adoecer e morrer. Neste encontro além de professores dentistas, o Monsenhor Júlio Lancelotti e seu trabalho à frente da Pastoral do Povo de Rua, na Paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca em São Paulo.”

A educação foi tema do Diálogos Bucaleiros de 28 de julho. Danielle Emmi (UFPA); José Ivo Pedrosa (UFDPA); Luciane Pezzato (UNIFESP); e Luiz Noro (UFRN) participaram do debate, mediados por Celso Zilbovicius (USP) na sessão Educadores (im)possíveis no SUS: o online nos ressignificando e nos aproximando.

“No desejo de uma formação em saúde voltada para o SUS, diferentes educações em questão: educação popular, educação interprofissional e o trabalho colaborativo, integração ensino-serviço-comunidade”.

O mês de agosto também foi intenso e contou com quatro atividades. Boca, câncer e subjetividades foi pauta da sessão do dia 4, com as presenças de Carlos Botazzo (USP) e Elizabeth Souza (UFRN) e a mediação de Otacílio Netto (UFPI).

Sessão internacional do Diálogos Bucaleiros foi realizada no dia 11 desse mês e recebeu os professores Alejandro Dávila (Argentina), Andrea Muñoz-Martinez (Chile), Marco Cornejo-Ovalle (Chile), Carlos Garcia (Peru), Carolina Morales (Colombia), Joaquin Doldán (Uruguai), Silvana Blanco (Uruguai), Odeth Santos (Mexico) e Marco Manfredini (Brasil). A mediação da atividade La salud bucal en el afrontamiento de la Covid-19 em países de nuestra America, com a mediação de Paulo Capel Narvai (USP).

As caras e as máscaras do cuidado em saúde (bucal) foi o tema da sessão de 18 de agosto. Fabiana Schneider (UFRGS), Nelson Felice de Barros (Unicamp) e Sharmênia Nuto (Fiocruz/Unifor) foram os debatedores, mediados por Wilson Padilha (UFPB).

Edgar Michel Crosato (FOUSP), Erika Abreu (UFMA), Gilberto Pucca (UnB), e Jurandi Frutuoso (CONASS) foram os convidados da sessão Epidemiologia e planejamento como dispositivos políticos em tempos de Covid-19, que aconteceu em 25 de agosto. A mediação foi de Roosevelt S. Bastos (USP).

Num modelo mais lúdico, o Diálogos Bucaleiros promoveu no dia 26 a sessão Pense Fora da Caixa, uma ciranda de leitura da obra Coronavírus: O trabalho sob fogo cruzado, de Ricardo Antunes.

Em 30 de setembro, o GT SBC marcou presença numa nova Ágora Abrasco, com o painel Bocas, corpos e subjetividades que envelhecem: como cuidar? Numa organização conjunta com o Grupo Temático Envelhecimento e Saúde Coletiva da Abrasco, o evento foi coordenado por Maria Gabriela Haye Biazevic (FO/USP) e teve a participação de Kenio Costa de Lima (UFRN e GT Envelhecimento/Abrasco); Ana Lúcia de Mello (UFSC); Renato José De Marchi (UFRGS); e Manoel Cavalcante (ESF Assú/RN). O debate abordou políticas públicas, cuidado e luta, com sensibilidade poética. A cobertura da sessão está na matéria Bocas e corpos que envelhecem: cuidado e poesia em painel na Ágora Abrasco.

“O desafio continua, o desafio de (re)nascer nos diálogos a esperança de mudanças concretas rumo a um futuro mais generoso com a humanidade, que hoje amarga as escolhas pouco conscientes que vem fazendo. A colheita é inevitável, mas o que plantarmos agora, dialogaremos no futuro. Quais serão nossos diálogos do amanhã?”

Que venham mais diálogos!

Matéria de Thereza Reis e Bruno C. Dias em diálogo com o GT SBC/Abrasco

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