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 NOTÍCIAS 

Homenagens na abertura do Abrascão 2022

Comunicação Abrasco

Rosana Onocko, presidente da Abrasco, e Socorro Gross, representante da OPAS no Brasil, na homenagem da Agência à Associação – Foto: Abrasco

A cerimônia de abertura do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva foi marcada por momentos de emoção. Confira, abaixo, as homenagens realizadas na noite de 20 de novembro. 

A OPAS completa 120 anos de história , no próximo 2 de dezembro. Em comemoração e reconhecimento às entidades que fazem parte da trajetória da instituição, Socorro Gross, representante da OPAS no Brasil, entregou uma homenagem à Abrasco, representada pela presidente Rosana Onocko.”Por todo o apoio que tem feito ao longo dos anos de sua existência para a região das Américas, para o Brasil, na construção das políticas públicas baseadas nas políticas sociais e construção de evidências”, afirmou. Leia, abaixo, o que está gravado na placa:

“Para a Abrasco, pela constante atuação no fortaleciment odo SUS como meio para uma construção de uma sociedade democrática, equitativa, com mais saúde eq ualidade de vida . Ao longo de sua trajetória, a Abrasco tem criado uma sinergia entre trabalhadores de saúde, gestores e academia, impulsionando uma ciencia em favor da vida, com a defesa da participação social, o aprimoramento das políticas de sáude, a renovação do ensino e do trabalho em prol de um sistema de saude que congregue toda a diversidade humana, social e ambiental”. 

Na sinalização das salas, homenagens a importantes nomes da Saúde Coletiva brasileira

Trinta mulheres e homens da história recente da Saúde Coletiva brasileira tiveram suas memórias e trajetórias lembradas em nosso Congresso na identificação das salas do Centro de Convenções de Salvador, fazendo-os presentes neste Abrascão. Confira as artes feitas para essas homenagens.

Pesquisadoras e pesquisadores negros homenageados na cerimônia de abertura

Neste Dia da Consciência Negra, a Abrasco homenageou o brilhantismo e a produção – teórica e prática – de pesquisadoras e pesquisadores negros que constroem a Saúde Coletiva. Um momento para honrar a força intelectual, política, artística da população negra. Veja quem são as pessoas homenageadas: 

Vilma Santana

É professora, pesquisadora e ativista social pela epidemiologia aplicada à Saúde do Trabalhador. É uma estimuladora de trajetórias de vida de estudantes e de outros ou pesquisadores. Desenvolve pesquisas conectadas com a realidade de saúde da população brasileira tendo repercussões inclusive na Organização Mundial da Saúde. Vilma é uma das fundadoras do Programa Integrado em Saúde Ambiental e do Trabalhador (Pisat), integrado ao Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBA).

Zefa da Guia – A parteira do Sertão 

Josefa Maria da Silva Santos, é parteira, rezadeira, líder comunitária e espiritual da comunidade quilombola Serra da Guia em Poço Redondo, sertão de Sergipe. Conhecida nacionalmente, é mãe de 8 filhos biológicos e 18 adotivos. Já realizou mais de 5000 partos e se orgulha por nunca ter perdido uma mulher ou criança em suas mãos.  Benzedeira muito conhecida, domina as ervas e orações e é a principal referência de cuidado à saúde na comunidade.  É líder comunitária, responsável pela conquista de diversos direitos sociais da sua comunidade e Mestre da Cultura Popular com grau de mérito universitário especial com título de Mestre em Saberes e Fazeres pela Universidade Federal de Sergipe. Sempre presente em congressos e conferências de saúde e destacamos que esteve no IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva da Abrasco em Olinda no ano de 2009. 

Luís Eduardo Batista

Possui mestrado e doutorado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e pós-doutorado pela Escola de Enfermagem da USP. Pesquisador Científico do Instituto Adolfho Lutz, atualmente cedido ao Gabinete da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Foi o criador e coordenador durante oito anos da área técnica saúde da população negra da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.  Sua trajetória versa sobre o desenvolvimento de estudos sobre impacto do racismo na saúde e sobre desigualdades raciais e saúde. E suas pesquisas estão entre as que subsidiaram a criação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra a SEPPIR.

Na ABRASCO, atuou na Comissão de Ciências Sociais e Saúde, no conselho Deliberativo entre 2018-2021 e foi um dos fundadores e ex-coordenador do GT Racismo e Saúde.

Edna Maria Araújo

Enfermeira, com doutorado em Saúde Pública pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia e Pós Doutorado (2013) na Public Health School of the University of North Carolina at Chapel Hill – EUA (UNC). É professora Titular do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) onde atua no Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC/UEFS). Foi coordenadora do PPGSC/UEFS e é docente colaboradora do Mestrado Profissional em Saúde da População Negra e Indígena da Universidade Federal do Recôncavo. Pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdades Sociais em Saúde (NUDES). Sua pesquisa envolve temas da saúde da população negra e grupos em situação de vulnerabilidade, Violência e Saúde. Abrasquiana, atuou na Comissão de Epidemiologia e integrou o Conselho Deliberativo da Abrasco entre 2018-2021. Foi uma das pesquisadoras que atuaram para a criação e foi coordenador do GT Racismo e Saúde da ABRASCO e é filiada à Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN).

Jurema Werneck

Nascida no Rio de Janeiro,  filha de um alfaiate e uma costureira é uma mulher negra, ativista feminista dos direitos humanos, médicacomunicóloga e escritora. É doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É co-fundadora da ONG Crioula – organização da sociedade civil com 29 anos de trajetória na defesa e promoção dos diretos das mulheres negras e na construção de uma sociedade pautada na justiça, equidade e solidariedade. É Diretora-Executiva da Anistia Internacional no Brasil,  faz parte do quadro da direção do Fundo Global para Mulheres. Em 2021, prestou depoimento à CPI da COVID-19 apresentando um estudo que aponta que no mínimo 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas ainda no primeiro ano da pandemia, em 2020, se o governo brasileiro tivesse adotado as medidas preventivas de enfrentamento como distanciamento social, restrição às aglomerações, uso obrigatório e distribuição de máscaras de qualidade  e fechamento de escolas e comércio. 

Emanuelle Góes

Tem graduação e mestrado em Enfermagem, especialização em Saúde Coletiva e Doutorado em Saúde Pública/ Epidemiologia (PPGSC/UFBA). Sua tese sobre “Racismo, Aborto e Atenção à Saúde: uma perspectiva interseccional” e publicações sobre o tema tornaram-se referências obrigatórias sobre os efeitos das desigualdades raciais na saúde no Brasil. Foi Conselheira Nacional de Saúde. Criadora Blog/Site População Negra e Saúde (2011). Foi Assessora de Gênero e Raça no Fundo de População das Nações Unidas (2009/2010). Implementou e coordenou a Política de Saúde da População Negra no Município de Lauro de Freitas (2005/2007). Atualmente é pesquisadora Pós-Doc (CIDACS/Fiocruz/Bahia) e Professora Colaboradora no PPGSC/UFBA. Fellow do Ubuntu Center on Racism, Global Movements, and Population Health Equity Drexel University Dornsife School of Public Health. Pesquisadora Iyaleta – Pesquisa, Ciência e Humanidades. É integrante dos Grupos Temáticos: Racismo e Saúde e Gênero e Saúde da Abrasco. 

Marilda Gonçalves

É graduada em Farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). É mestre e doutora em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp pós-doutorado pela University of Pennsylvania em 2005. Ao longo dos anos, recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos e possui uma trajetória na biologia molecular. Em 2017, Marilda Gonçalves foi nomeada diretora da Fiocruz Bahia para o quadriênio 2017-2021.

Ester Sabino 

Ester Cerdeira Sabino é médica, doutora em imunologia, Professora Associada do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP e pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade. Suas pesquisas são focadas em epidemias HIV, arbovírus e SARS CoV-2 e segurança de transfusão sanguínea. Ester é membro titular da Academia Brasileira de Ciências


Sony Santos, em memória

Assistente Social, fez especialização na modalidade residência em Medicina Preventiva e Social promovido pelo Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz/Ministério da Saúde (1995) e mestrado profissional em vigilância sobre saúde (2005). Ela era reconhecida por sua luta em prol dos direitos das mulheres negras no Brasil. Foi coordenadora do Programa de DST/AIDS do município de Olinda, se preocupava com a assistência dos serviços de saúde às pessoas vivendo com HIV/AIDS. Exerceu o cargo de coordenadora Política de Saúde da População Negra do município de Recife.

Maria José Aragão, em memória

Nasceu em Engenho Central (atual Pindaré-Mirim)/Maranhão, em 1910.  De família muito pobre, graduou-se em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como médica, atuou como pediatra e ginecologista, no Maranhão é celebrada por seu trabalho com as mulheres e sua militância feminista, inclusive enquanto dirigente do Partido Comunista Brasileiro no Maranhão. Foi diretora do jornal Tribuna do Povo e lutou contra a ditadura militar, tendo sido presa e torturada. Faleceu em 1991.

Maria de Fátima Ferreira, em memória

Nasceu em Graça Aranha/Maranhão, em 1953. Graduou-se em Medicina, pela UFMA. Escritora, feminista, residindo em Belo Horizonte trabalhou no Hospital Universitário da UFMG, deixando um importante legado para o feminismo negro e para o avanço das conquistas no campo da saúde da população negra. Atuou em várias entidades, tendo sido Secretária Executiva da Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos, e Conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Faleceu em de 2017.

Fran Demétrio, em memória. 

Abrasquiana, integrante do GT de Saúde da População LGBTI+ e docente da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). Nutricionista, mestra em Alimentos, Nutrição e Saúde e doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBA). Atuava como Professora Adjunta no Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS) do Centro de Ciências da Saúde da (UFRB) e docente do Mestrado Profissional em Saúde da Família da FIOCRUZ (PROFSAUDE/FIOCRUZ). Era líder, coordenadora e pesquisadora do (co)Laboratório Humano de Estudos, Pesquisa e Extensão transdisciplinares em Integralidade e Interseccionalidade do Cuidado em Saúde e Nutrição, Gêneros e Sexualidades – LABTrans/UFRB. Era membra da Associação Brasileira de Profissionais pela Saúde Integral de pessoas Trans, Travestis e Intersexo (ABRASITTI) e do Coletivo de Trans Pra Frente (Salvador-BA).  

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Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

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