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ICICT realiza especial sobre os 35 anos do Sinitox

Por conta dos 35 anos do Sistema Nacional de Informações de Tóxico-farmacológicas (Sinitox), a comunicação do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz) publicou um conjunto de matérias sobre a temática dos agrotóxicos e a importância de instrumentos de informação para a proteção social e a garantia do direito à saúde em todos os aspectos.

Na primeira matéria, Sinitox comemora 35 anos com avanços e novos desafios (clique e acesse) traz a cobertura do debate “A questão dos agrotóxicos no Brasil e os impactos na saúde pública”, realizado em 15 de dezembro para celebrar e registrar a data. A matéria traz falas de Humberto Trigueiros, diretor do ICICT/Fiocruz; de Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox; de Luiz Cláudio Meirelles, pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (CESTEH/Ensp/Fiocruz), integrante do Grupo Temático Saúde do Trabalhador (GTST), e de Nívia Silva, representante da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

Em sua participação, Meirelles destacou que o uso intensivo de agrotóxicos no Brasil – que dá o país o status de um dos maiores consumidores do Planeta – é resultado de uma opção por um modelo de desenvolvimento que privilegia a produção primária, de baixo valor agregado, e amplo impacto socioambiental. “Agrotóxico foi feito para matar aquilo que é indesejado – inclusive inimigos de guerra [antes de ter aplicação agrícola, os biocidas foram desenvolvidos na segunda grande guerra para serem armas químicas]”, disse.

A segunda matéria é Artigo relaciona morte de trabalhadores por agrotóxicos e sua subnotificação, que apresenta dados levantados por Rosany que indicam ser regra a subnotificação de casos de intoxicação por agrotóxicos, na razão de 1 para 50, numa estimativa conservadora do Ministério da Saúde. A matéria traz uma declaração em vídeo de Raquel Rigotto, pesquisadora e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro do Conselho Diretivo da Abrasco, que exemplifica, por meio das pesquisas do grupo Tramas, os dados do levantamento de Rosany.

O desafio de se comprovar na Justiça a intoxicação por agrotóxicos (clique e acesse) mostra como o uso do sistema nacional como instrumento de indução de políticas públicas para a proteção social de trabalhadores expostos aos agrotóxicos, principalmente os do campo.  A reportagem ouviu novamente Meirelles e também Karen Friedrich, docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária (INCQS/FIOCRUZ) e lotada no CESTEH/Ensp/Fiocruz. “Hoje em dia usa-se muitos agrotóxicos – a maioria do grupo do organofosforados, neonicotinoides, piretróides – que são eliminados pela urina 24h, 48h, até 72 horas depois que o trabalhador ou morador foi exposto. O fato dele sair rápido também não indica que ele é seguro. Nesse caminho pelo organismo ele pode ter alterado funções hepáticas, renais e hormonais e ele sai do organismo, mas já alterou moléculas, já deixou seu efeito, muitas vezes irreversível”, explica Karen Friedrich ao abordar que a exigência de comprovações irrefutáveis da presença de um agrotóxico em exames clínico no sangue ou urina não pode ser a única prova de demonstração da contaminação por agrotóxicos. Karen, Nívia, Raquel e Luiz Claudio são autores do Dossiê Abrasco: Um alerta sobre o impacto dos agrotóxicos à saúde. As matérias são das jornalistas Graça Portela e Raíza Tourinho, que ao longo do mês de janeiro irão dar sequência ao tema. Acompanhe a página do ICICT/Fiocruz.

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