O desastre ambiental provocado pelo óleo despejado no oceano e que atinge o litoral do Nordeste desde novembro teve um forte posicionamento de grupos da Saúde Coletiva que tratam diretamente da inter-relações entre Saúde e Ambiente, como a manifestação pública do Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Universidade Federal da Bahia (PPPGSAT/UFBA), endossada pela Abrasco.
Outro grupo que também se posicionou foi o Laboratório de Saúde Ambiente e Trabalho, do Instituto Aggeu Magalhães (Lasat/IAM/Fiocruz), sediado em Pernambuco.
Em entrevistas ao jornal O Globo e à Agência Brasil, a abrasquiana Idê Gurgel, integrante do Lasat/IAMFiocruz, falou sobre os riscos que o óleo pode causar em contato com a pele ou se ingerido.
“O risco é enorme. Não recomendo a ninguém entrar na água, caminhar na praia, comer peixe ou marisco nem ser voluntário de limpeza sem nenhum tipo de proteção” disse ela na matéria “Óleo no Nordeste: pesquisadores da Fiocruz pedem estado de emergência em saúde pública”, de 8 de novembro.
Já ao programa Natureza Viva, da Rádio Nacional Brasília, ligada à EBC, Idê gravou um áudio no qual fez uma avaliação dos perigos à saúde e aos ecossistemas, como ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos.
“Esse óleo é extremamente danoso para o ambiente e também para as pessoas. O petróleo bruto é rico em vários produtos tóxicos, como hidrocarbonetos aromáticos alicíclicos, vários metais pesados, todos muito danosos à saúde, e presente abundantemente. Eles podem causar intoxicação, seja pela respiração, seja pelo contato na pele ou mucosas, ou até pela ingestão de alimentos que contenham esses produtos”, disse ela, explicando que a maioria desses componentes são lipofílicos, ou seja, tendem a se acumular na gordura corporal e promovendo assim uma rápida absorção e maior dano à saúde
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