Em pleno século 21, espaço-tempo que ocupou a ideia de futuro numa teleologia de um mundo sem guerras nem doenças, a realidade palpável da segunda década do século mostra um cenário bem diferente, com o recrudescimento de doenças que já se imaginavam superadas e o agravamento de quadros de saúde entre segmentos de maior vulnerabilidade social. Para olhar este cenário, o X Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que acontece de 07 a 11 de outubro em Florianópolis (SC), traz uma programação com destaque para os debates sobre as iniquidades em saúde e os efeitos das políticas públicas na saúde da população.
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O tema é central para a área. O conhecimento epidemiológico surgiu historicamente como uma ferramenta da medicina para entender a dinâmica das doenças nas populações e, desde os primeiros estudos, as desigualdades sociais têm sido identificadas como uma das possíveis respostas às diferenças nos quadros de saúde. Antonio Fernando Boing, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e presidente do Congresso, relembra que uma das principais responsabilidades dos congressos de epidemiologia é justamente proporcionar este olhar longitudinal no tempo. “Desde a primeira edição do nosso Congresso, em 1990, tivemos grandes transformações na organização das políticas sociais em geral, e na área da saúde em particular. Chegando à décima edição do evento e quase trinta anos depois da promulgação da Constituição Cidadã, é um bom momento para avaliarmos o quanto avançamos no enfrentamento das desigualdades sociais em saúde”.
Estudos que evidenciem novos caminhos para a superação das desigualdades e pesquisas que avaliam a implementação de políticas públicas de enfrentamento foram os elementos que marcaram as escolhas da Comissão Científica para a temática. “Os congressistas terão a oportunidade de ouvir e debater com os convidados as perspectivas de avanços teóricos e metodológicos nas pesquisas da área. É fundamental sempre refletirmos sobre a ciência que estamos produzindo e como podemos avançar ainda mais”, destaca Boing, que ressalta também os quase 3.700 trabalhos aprovados e que serão apresentados nas sessões de comunicações coordenadas e de pôsteres “Teremos um conjunto robusto de apresentações que irão descrever o quadro epidemiológico atual das desigualdades sociais em saúde no Brasil”.
Confira abaixo a lista das atividades voltadas para o debate sobre as iniquidades em saúde no X Congresso Brasileiro de Epidemiologia
Sábado, 07 de outubro
08:00 – 17:00 – Curso: Medindo Desigualdades em Saúde – Com Aluísio J. D. Barros (UFPel); Fernando C. Wehrmeister (RS), e Luís Paulo Vidaletti Ruas (RS)
Domingo, 08 de outubro
08:00 – 17:00 – Curso: Medindo Desigualdades em Saúde – Com Aluísio J. D. Barros (UFPel); Fernando C. Wehrmeister (RS), e Luís Paulo Vidaletti Ruas (RS)
08:00 – 17:00 – Oficina – Estratégias Metodológicas para Avaliação de Impacto de Políticas de Saúde: Com Ligia Giovanella e Luiz Augusto Facchini (ENSP/Fiocruz)
Segunda-feira, 09 de outubro
11:10 – 13:00 – Mesa-redonda – Avaliação do impacto na saúde de intervenções sociais: Com Davide Rasella (RJ); Rômulo Paes-Sousa (MG); e Maurício Barreto (Cidacs/IGM/Fiocruz)
14:50 – 15:40 – Palestra – Monitoramento das desigualdades subnacionais em saúde: agenda para a Brasil: Com Aluísio J D Barros (UFPel)
14:50 – 16:40 – Mesa-redonda – Saúde mental e determinantes sociais: Com Claudia de Souza Lopes (RJ); Alicia Matijasevich Manitto (SP)e Paulo Rossi Menezes (FM/USP)
Terça-feira, 10 de outubro
14:50 – 16:40 – Mesa-redonda – Estudos sobre desigualdades sociais em saúde: quais os novos caminhos? Com SV Subramanian (United States); Carlos Castillo-Salgado; e Rita Barata (FCMSCSP)
Quarta-feira, 11 de outubro
11:10 – 13:00 – Mesa-redonda – Como enfrentar as desigualdades em saúde: experiências de políticas públicas – Com Oscar Mujica (United States); Peter Goldblatt (United Kingdom); e James Macinko (United States)
14:20 – 16:10 – Mesa-redonda: Determinantes sociais das iniquidades em saúde bucal: evidências à partir de inquéritos nacionais: Com Mario Vettore (Reino Unido); Marco Aurélio Peres (Austrália); Roger Keller Celeste (RS), e Samuel Jorge Moysés (PR)