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IMS/Uerj renova a direção com posse de Claudia de Souza Lopes

Bruno C. Dias, com informações e fotos de Flaviano Quaresma

Em 2016, em meio a uma de suas maiores greves da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Gulnar Azevedo e Silva tomou posse da diretoria do Instituto de Medicina Social (IMS) como compromisso de manter a excelência do seu Programa de pós-graduação, bem como a qualidade e o ambiente acadêmico para as pesquisas do corpo docente e discente, sem perder a capacidade de influenciar ativamente o debate sobre as condições de vida da população, em especial a do estado do Rio de Janeiro. Na manhã do último 5 de março, esse ciclo foi concluído para um novo ser aberto. Com forte presença da comunidade acadêmica, Gulnar transmitiu a direção do IMS/Uerj a Claudia de Souza Lopes. Na vice-direção segue Rossano Cabral que vai continuar por mais quatro anos ao lado de Claudia Lopes.

A posse dos novos diretores já havia acontecido no dia 3, em cerimônia realizada no Teatro Odylo Costa Filho, juntamente com mais 32 diretores e diretoras de unidades acadêmicas eleitos para o quadriênio 2020-2023. No dia 5, o evento de transmissão de cargo aconteceu no Auditório do IMS. Na abertura da cerimônia, a presidente da Abrasco apresentou  “algumas memórias” vividas na sua gestão com Rossano.

Inicialmente, Gulnar lembrou da carta enviada aos professores, funcionários e alunos do IMS no dia 2 de março de 2016, apresentando o que propunham a chapa, ressaltando, entre outros pontos, o fortalecimento de todos os espaços colegiados de decisão e o estímulo a parcerias técnico-científicas com outras instituições de pesquisa no país e no exterior. As memórias trouxeram uma trajetória de resistências e lutas, como a posse da direção da Abrasco, conquistas coletivas e individuais, como a defesa de seu memorial e promoção à professora titular, e algumas frustrações.

Para Gulnar, algumas questões ainda precisam ser contempladas na próxima gestão. “É necessária a promoção de maior integração entre os diversos grupos e linhas de pesquisa do IMS/UERJ e uma contribuição na organização do sistema de saúde no Estado do Rio de Janeiro e seus municípios, bem como dos demais estados brasileiros”, destacou. Já Rossano Cabral frisou que a gestão de Gulnar foi marcada por  “resistência, proatividade e de busca por uma atuação dialógica com as questões pertinentes do campo acadêmico, político e social da Saúde Coletiva”. Além dos eventos marcantes como o debate “Democracia e saúde em risco” (2016) e “Aborto: desafios para a pesquisa e o ativismo (em 2017, com a participação de Marielle Franco)”, atos públicos e seminários estratégicos, o IMS também esteve nas plenárias, nas ruas, nos congressos científicos, nas redes online e digitais, na grande imprensa e na especializada.

A nova diretora do IMS/UERJ agradeceu o apoio dos colegas professores, funcionários e estudantes, que depositaram um voto de confiança na chapa Claudia e Rossano para o quadriênio 2020-2023. “O IMS construiu sua história enfatizando a necessidade do debate de ideias contínuo e profícuo. Ao longo dos seus mais de 50 anos de existência, é assim que o IMS vem exercendo protagonismo no cenário da saúde coletiva no Brasil. Aqui, pretendemos formar pesquisadores, professores, gestores, etc., que sejam agentes de transformação, de luta pelos ideais do SUS, da pesquisa ética, criativa e voltada para o enfrentamento das principais questões de saúde de nossa população. Gostaria que nos próximos quatro anos continuemos assim, fazendo jus à nossa trajetória”, disse Claudia de Souza Lopes.

Médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ e doutora em Epidemiologia pela University of London, Claudia destacou os papeis que Gulnar e Rossano desempenharam nos últimos quatro anos. “A despeito da grave crise da UERJ, a gestão de Gulnar e Rossano não esmoreceu, mas, ao contrário, estimulou uma ainda maior participação do IMS na UERJ e fomentou a interlocução entre professores, funcionários e estudantes. Assim, no auge da crise, organizou-se o Seminário Estratégico do IMS em abril de 2018, iniciativa que trouxe colegas de outras instituições e áreas para nos ajudar a pensar sobre novos cenários que melhor se adequassem aos novos desafios da saúde coletiva no Brasil”.  Ao fim, a nova diretora do IMS detalhou alguns dos principais pontos que ela e Rossano pensaram como norteadores desta gestão que se inicia, destacando a interlocução entre alunos, professores e funcionários; e a criação de novos espaços de discussão de grandes questões da sociedade que guardem relação com as políticas de saúde. Confira a cobertura oficial do IMS/Uerj.

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