Um grupo de pesquisadores, organizados em âmbito da Federação Mundial das Associações de Saúde Pública (WFPHA), enviou uma carta ao The Lancet denunciando a medida do novo ministro da Economia de Israel, que revogou a taxação sobre bebidas açucaradas – como refrigerantes e sucos ultraprocessados – no país. Ana Paula Bortoletto, professora da Faculdade de Saúde Pública/USP, assinou o documento, representando a Abrasco.
Os cientistas alegam que a medida foi realizada sem a consulta a funcionários públicos dos ministérios da Saúde ou Economia, e que desconsidera recomendações da OMS, do Banco Mundial, e do próprio Banco de Israel, que evidenciou que a taxação reduziu substancialmente o consumo de bebidas açucaradas na população.
“A revogação do imposto irá, sem dúvida, prejudicar vidas e aumentar o impacto direto e custos econômicos indiretos para o sistema de saúde de Israel, a curto e longo prazo. É um sério revés para política de saúde pública baseada em evidências, e será comemorado por aqueles que promovem seus produtos e desconsideram a necessidade de políticas que defendem a saúde e o bem-estar da população”, escreveram.
O grupo apelou ao Governo de Israel para que reconsidere a medida, e utilize a receita gerada para combater doenças crônicas não transmissíveis, incluindo obesidade – e também para promover a segurança nutricional, facilitando o acesso econômico a alimentos saudáveis.