A Abrasco ouviu hoje o epidemiologista Jaime Breilh, médico equatoriano, PhD em Epidemiologia e mestre em Medicina Social, reitor da Sede Ecuador de la Universidad Andina Simón Bolívar. Breilh opinou sobre o Sistema Único de Saúde na atual conjuntura política no Brasil.
“Na América Latina, a Abrasco tem sido um espaço emblemático de defesa dos direitos à saúde e de uma visão inovadora da saúde. A Abrasco tem a fortaleza e a posição internacional de estar num país importante como o Brasil e poder participar muito fortemente da defesa de um sistema de saúde universal.
Na América Latina já há algum tempo que golpes como estes prejudicam a construção de direitos. Depois de uma certa época de desenvolvimento, com vários governos progressistas, não podemos perder terreno porque, finalmente, a luta mediática dos poderosos tem logrado. E querem desprestigiar, por mecanismos diversos, estas conquistas. Eu não defendo que os governos progressistas da América Latina tenham sido perfeitos.
A consolidação do Sistema Único de Saúde no Brasil é, para a América Latina, um exemplo emblemático da Reforma Sanitária. E, neste sentido, o SUS significa um direito universal real, de garantia pública que não permite barreiras econômicas ou sociais para seu acesso. O SUS vem acompanhado de todo um processo de participação popular nos seus conceitos de saúde e todo esse conjunto de elementos é uma garantia daquilo que, por décadas, temos sonhado. Isso ser destruído por uma visão comercialista e neoliberal da saúde – é um revés. Eu espero que o povo brasileiro, a juventude deste país, os especialistas em Saúde Coletiva e a Abrasco – como coordenadora disso, façam o que for preciso fazer, com urgência, pelo Sistema Único de Saúde.
Viva o SUS!”