Nesta quinta-feira, 16 de abril, foi realizado mais um evento da Ágora Abrasco: a transmissão ao vivo com Jarbas Barbosa, diretor-adjunto da OPAS/OMS, com o tema “A pandemia no mundo: uma perspectiva das Américas”. A coordenação ficou por conta da presidente da Abrasco, Gulnar Azevedo, contando com a participação do vice-presidente Antonio Boing e da conselheira Regina Flauzino para auxiliar nas perguntas para Jarbas Barbosa.
Um cenário nunca visto na história recente
“Se olharmos a saúde pública nos últimos 100 anos, nunca tivemos um cenário como esse. Nenhum dos países atingidos encontrava-se preparado para a pandemia”. Com essa fala, Jarbas Barbosa começou a situar o tamanho do problema da pandemia da Covid-19 e a situação de colapso que vem ocorrendo em diversos sistemas de saúde pelo mundo. Para o diretor da OPAS, a situação vivida neste momento já “fez “o mundo perceber que não existe condições de atender todo mundo com respiradores no pico da epidemia”.
Nesse sentido, três medidas foram apontadas como fundamentais na resposta à pandemia: “Manter distanciamento social, aumentar a testagem e preparar os sistemas de saúde”. Não preparar o sistema de saúde pode trazer consequências como as que já aconteceram em alguns países: “Preparar é fundamental, em Guaiaquil foi um tsunami. Se não preparar deixamos de salvar vidas que podiam ser salvas”. Com relação ao sistema de saúde, também foi exposta a necessidade de unificar a regulação de leitos, tendo em vista que, no caso do Brasil, por exemplo, há uma oferta maior na rede privada e o acesso a tratamento não deve ser definido por quem pode ou não pagar pelo atendimento. Jarbas apontou que o país possui meios para unificar essa regulação de leitos por meio do SUS.
Além das ações específicas no campo da saúde, também ressaltada a importância da atuação dos governos em tomar medidas de apoio econômico e social: “As medidas que vários países estão adotando de apoio econômico serão essenciais, pois o impacto será grande. E medidas de isolamento social podem voltar a ser necessárias caso se perceba que a contaminação voltou”. O diretor da OPAS falou ainda: “A economia, nós podemos recuperar e tomar medidas de contenção. Para quem perde a vida não tem volta, não tem como recuperar”.
Por fim, o cenário internacional e a relação entre os países também foi comentada. Jarbas foi assertivo ao apontar a maior necessidade neste campo: “O momento é de mobilizar a comunidade internacional para a solidariedade. E solidariedade tem nome: acesso equitativo. O Haiti tem 2 milhões de habitantes e 34 respiradores. Não podemos deixar passar isso”.
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