O jornal Gazeta do Povo, de grande circulação no estado do Paraná, divulgou – no dia 23/01 – uma matéria evidenciando a contestação da Abrasco sobre a vacina Dengvaxia®, desenvolvida pela empresa multinacional francesa Sanofi:
“A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) cobra publicamente a interrupção da campanha de vacinação contra a dengue feita pelo governo do Paraná desde meados de 2016. Nota divulgada pela entidade no último dia 11 aponta para a existência de dúvidas em relação à efetividade da vacina, que é um produto desenvolvido pela multinacional francesa Sanofi, chamado de “Dengvaxia”. Além disso, a Abrasco alerta que a vacina não é recomendada para quem nunca teve contato com o vírus da dengue.
Na nota, a entidade escreve que estudos feitos no âmbito da Organização Mundial da Saúde (OMS) encontraram evidências de que indivíduos que não tinham anticorpos contra a dengue antes de receberem a vacinação (ou seja, pessoas soronegativas) tinham mais chance de adquirir a forma grave da doença se, após a vacinação, fossem picados por um mosquito infectado. “No Brasil, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] acompanhou a OMS, modificando a bula do produto e recomendando que pessoas soronegativas não deveriam tomar a vacina”, explica a entidade.”
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Entenda o caso: o produto obteve registro no Brasil em dezembro de 2015 e foi comercializado a fim de combater os quatro sorotipos de Dengue. Desde o seu lançamento,entretanto, dúvidas foram levantadas em função da sua baixa eficácia. Apesar disso, o governo do Paraná distribuiu a Dengvaxia®. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva entende que se impõem as seguintes medidas:
1. Que a campanha paranaense seja interrompida no ponto em que ora se encontra.
2. Que o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS) não incorpore a vacina Dengvaxia® à sua cesta de produtos.
3. Que o acompanhamento da população dos municípios do Paraná que participaram das campanhas seja realizado de forma rigorosa, com vistas a que cada caso suspeito de dengue seja devidamente notificado, em particular casos graves que resultem em internação hospitalar.
A partir deste posicionamento, a Sanofi enviou uma réplica, também respondida pela Abrasco.