Em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan veiculada no programa Jornal da Manhã em 09 de março, José Antônio Sestelo, pesquisador associado ao programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSC/IESC/UFRJ) e vice-presidente da Abrasco, apresenta as limitações intrínsecas da proposta de planos de saúde populares defendido por Ricardo Barros, titular da pasta do Ministério da Saúde.
“Planos privados não podem ser a espinha dorsal do sistema de saúde de um país como o nosso. Por isso, nós defendemos o fortalecimento da estrutura pública, mesmo porque, as pessoas que mais precisam de assistência são aquelas que têm uma menor capacidade de pagamento. Condicionar a assistência à capacidade de pagamento significaria excluir essas pessoas”, ressaltou. Clique play e confira o áudio.
ANS abraça grupo de trabalho: Anunciada por Barros assim que assumiu o MS, ainda no período da presidência interina de Michel Temer, em maio de 2016, a proposta dos planos “populares” recebeu críticas de diversas entidades e órgãos, incluindo da própria Agência Nacional de Agência Suplementar (ANS), tanto que o primeiro grupo anunciado não logrou resultado. No entanto, parece que Barros e sua equipe contornaram possíveis resistências. O novo grupo ministerial foi anunciado em janeiro e na última sexta-feira, 24 de março, a agência publicou no Diário Oficial da União (DOU) a criação de um Grupo de Trabalho interno à Agência que se ocupará do tema. O grupo terá 30 dias, passíveis de renovação por igual período, para debater o projeto, abrindo posteriormente à participação social por meio de consultas e audiências públicas.
Em que pese a matéria do jornal O Globo, publicada em 24 de março, citar que o MS pretende chamar a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), entre outras entidades, para compor o grupo de trabalho, informamos que não houve nenhuma comunicação oficial até o momento e que não há perspectiva de mudança de posicionamento da entidade quando à última nota pública, assinada em conjunto com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), em 27 de janeiro de 2017.