Pesquisar
Close this search box.

 NOTÍCIAS 

Plataformas de Comunicação Científica unem-se pelo Acesso Aberto

“Paywall” é um mecanismo de cobrança utilizado por plataformas que armazenam conteúdos. Charge adaptada para o português, originalmente nas redes sociais da Open Science Federation.

Durante uma reunião organizada pela UNESCO em Genebra, em 8 de abril, seis plataformas de divulgação científica – AmeliCAAJOLÉruditJ-STAGEOpenEdition, e Rede SciELO – uniram-se na criação da Aliança Global de Plataformas de Comunicação Científica em Acesso Aberto (Global Alliance of Open Access Scholarly Communication Platforms – GLOALL). O objetivo é fortalecer e promover a democratização do conhecimento científico. O portal do SciELO no Brasil traduziu uma nota, originalmente publicada no site da UNESCO:

Um novo impulso está surgindo na disseminação do conhecimento científico em todo o mundo.

Em Sociedades do Conhecimento Inclusivas, as pessoas têm acesso imediato aos recursos de informação e comunicação, em idiomas e formatos que lhes convêm e elas possuem as habilidades para interpretá-las e utilizá-las. Neste contexto, a promoção do acesso à pesquisa científica (no sentido mais amplo) continua a ser um desafio central para a maioria dos Estados-Membros. A UNESCO, com seus parceiros, continua a buscar este objetivo por meio de seus programas sobre Ciência Aberta e Acesso Aberto, bem como em parceria com outros atores-chave

Em uma sessão organizada pela UNESCO1 em 8 de abril no Fórum WSIS 2019 em Genebra, os coordenadores de seis plataformas – AmeliCA2, AJOL3, Érudit4, J-STAGE5, OpenEdition6, e a Rede SciELO acordaram em unir esforços para democratizar o conhecimento científico  seguindo uma abordagem multicultural, multitemática e multilíngue. A Aliança Global de Plataformas de Comunicação Científica em Acesso Aberto (Global Alliance of Open Access Scholarly Communication Platforms – GLOALL) foi lançada com o reconhecimento do princípio de que o conhecimento científico e acadêmico é um bem público global essencial para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A sessão abordou diretamente a linha de ação C3 da WSIS sobre Acesso à Informação e Conhecimento e a linha de ação C7 sobre e-Ciência.

Além de promover a democratização do conhecimento gerado em TODOS os lugares, temas e idiomas, o GLOALL transmite uma visão que promove o desenvolvimento de padrões, produtos e serviços de comunicação científica multilíngues. A aliança busca aprimorar a interoperabilidade operacional e subjetiva, a fim de fortalecer o envolvimento com a pesquisa em todo o mundo.

Susan Murray, da AJOL, ressaltou que “uma colaboração destas plataformas regionais de acesso aberto pode prover uma maior defesa para certa informação e pesquisa que estão sub-representadas e que podem salvar vidas. Um exemplo é o Ebola, que foi um tema de discussão em periódicos menores e depois explodiu quando a crise chegou. Portanto, precisamos de “glocalização” para dar visibilidade aos periódicos locais e questões locais, especialmente quando estes podem ter consequências em todo o planeta.”

Discutindo as possíveis maneiras de o GLOALL iniciar seu trabalho, Tanja Niemann, da ERUDIT, observou: “Nosso engajamento, o know-how acumulado e as experiências são únicos e de grande valor. Precisamos identificar os nossos pontos fortes, as lacunas e, em seguida, chegar a um objetivo maior, a fim de promover a infraestrutura aberta e a Ciência Aberta, para permitir uma colaboração mundial e facilitar o intercâmbio de conhecimento.”

Yasushi Ogasaka da J-STAGE destacou como a aliança seria capaz de dar visibilidade à pesquisa em torno dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ele afirmou: “A rede pode ajudar os países a alcançar seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) categorizando o conhecimento global através das metas dos ODS. Isso dará maior visibilidade à pesquisa em Acesso Aberto.”

Pierre Mounier, da OpenEdition, destacou que “esta rede pode contribuir para tornar a Ciência Aberta e o Acesso Aberto mais inclusivos e equilibrados entre e através de diferentes culturas; pode ajudar mutuamente a entender as principais lacunas e, assim, desenvolver uma estratégia de ajuda mútua, além de abordar a inclusão e a bibliodiversidade.”

Arianna Becerril Garcia, da AmeliCA, ressaltou que cada plataforma tem algo singular para oferecer à aliança e que a AMELICA pode “fornecer tecnologia, cursos de treinamento, webinars e aprimorar o know how.”

Abel Packer, do SciELO, Brasil, compartilhou sua visão mais ampla da aliança como “um espaço informal onde convergimos para aprender mais do que ensinamos”. Ele imagina que a aliança teria três funções: “Primeiro, defender o Acesso Aberto. Segundo, de que forma poderíamos desenvolver metodologias, ferramentas, serviços e soluções para plataformas. Terceiro, desenvolver conjuntamente mecanismos, ferramentas e políticas para dar visibilidade à pesquisa.”

Dando as boas-vindas à aliança, Jean-Claude Guédon, Presidente do Grupo de Especialistas – Futuro da Publicação e Comunicação Científica da Comissão Europeia disse: “As apostas são altas: esta aliança tem o potencial de ser a maior entidade editorial no universo da publicação científica. Seu peso será imediatamente sentido, e outros grupos (similares), sem dúvida, se unirão. ”

Bhanu Neupane, representante da UNESCO e coordenador da sessão, ressaltou que “existe uma necessidade real das comunidades de Acesso Aberto por uma aliança global desta natureza. Esta aliança ajudará a democratizar e melhorar o acesso ao conhecimento científico, fortalecendo, assim, os esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Todas as partes interessadas devem unir esforços e impulsionar esta aliança. ”

Em curto prazo, o GLOALL irá gerar uma visão unificada para a aliança com base na confiança mútua, compartilhamento de experiências, tecnologia e know-how que possam aprimorar e fomentar o desenvolvimento de ferramentas, conteúdos e práticas para o Acesso Aberto inclusivo. Isso servirá para melhorar a interoperabilidade entre as plataformas e abordar as barreiras linguísticas para absorver o conhecimento. Também trabalhará em conjunto para organizar conteúdo que aborde os ODS.

Links externos

http://www.unesco.org/

http://www.amelica.org/

https://www.ajol.info/

https://www.erudit.org/

5 https://www.jstage.jst.go.jp/

https://www.openedition.org/

Artigo original em inglês

https://en.unesco.org/news/launch-global-alliance-open-access-scholarly-communication-platforms-democratize-knowledge

Traduzido do original em inglês por Lilian Nassi-Calò.

Associe-se à ABRASCO

Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Pular para o conteúdo