A Abrasco, em parceria com a World Federation of Public Health Associations (WFPHA), promoveu um painel de lançamento internacional da Conferência Nacional Livre, Democrática e Popular de Saúde. O evento compôs a programação da Semana da Saúde Pública Global da WFPHA, e foi transmitido ao vivo pela TV Abrasco em português e espanhol.
O debate de lançamento internacional da Conferência contou com a presença da presidente da Abrasco, Rosana Onocko, do presidente eleito da WFPHA, Luis Eugênio de Souza, do Dr. Miguel Lombrera vice-presidente da Aliança das Associações de Saúde Pública das Américas (AASPA) e Dr. Anulfo Lopez, diretor executivo da AASPA.
Em sua fala de abertura, Luis Eugênio relembrou que a pandemia reforçou sobre a importância da saúde pública. “Durante décadas a saúde pública tem sido a guardiã invisível da saúde de todos nós. A pandemia de Covid-19 tornou essa saúde mais visível, mais evidente, mais apreciada. Mas o reconhecimento obtido a partir do trabalho dos profissionais de saúde pode regredir. Há um risco de que as coisas voltem ao velho normal.”, alerta o presidente eleito da WFPHA. Para Luis, existe, nesse cenário, uma chance de fortalecimento da saúde coletiva do Brasil e a saúde pública global.
O olhar atento para a situação epidemiológica nas américas foi trazido também pelos representantes da AASPA, com a definição do conceito “VICA”, caracterizado pela compreensão fomentada pela pandemia de que vivemos em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Dr. Miguel Lombrera trouxe a importância de uma comunicação clara e efetiva como uma ferramenta importante para o controle da pandemia e diminuição de seus efeitos negativos na saúde, economia, ecologia, psicologia, na ética e nas práticas de Governos e Empresas.
Já Anulfo Lopez pontuou que as desigualdades nas Américas contribuem ainda mais para exacerbação desses efeitos. “A pandemia pôs em evidência as desigualdades e iniquidades existentes em nossos sistemas de saúde, além das grandes debilidades na gestão e preparação para se oferecer serviços básicos de saúde e enfrentar as emergências sanitárias.”, afirmou. “O que vimos foi o colapso de sistemas de saúde de países desenvolvidos”, completa.
Para a presidente da Abrasco, Rosana Onocko, o painel com a presença de companheiros da América Latina foi essencial para colocar os efeitos da desigualdade sistêmica em foco. “Há anos que nós sanitaristas estamos tentando alertar os governos e defendendo a necessidade de se diminuir as desigualdades como forma de afetar os determinantes sociais de saúde, de fortalecer os sistemas únicos de saúde como forma de conseguir um acesso à saúde justo e equitativo para nossos povos.” afirma Rosana.
Durante a Semana da Saúde Pública Global, a WFPHA reúne instituições, comunidades e atores de saúde coletiva de todo o mundo para reconhecer as contribuições da saúde pública e sua força de trabalho. Este evento anual fomenta a discussão sobre as melhores práticas e avanços fundamentais para a prevenção de doenças e a promoção da saúde e bem-estar a nível global.