Propagandas de TV tentam vender a ideia de que o “Agro é Tudo”: motor da economia nacional, moderno, movido à alta tecnologia, gerador de empregos e divisas para o País. Há, no entanto, uma face obscura do agronegócio brasileiro que coloca o País no topo de outras listas, bem menos favoráveis. Com riqueza de dados, mapas e infográficos, foi lançado na terça-feira, 4 de setembro, no Rio de Janeiro, o Atlas do Agronegócio – Fatos e números sobre as corporações que controlam o que comemos , publicação que apresenta artigos de especialistas nacionais e estrangeiros no intuito de desvendar a cadeia do agronegócio no Brasil e no mundo.
A obra é uma iniciativa dos escritórios brasileiros da Fundação Heinrich Böll e da Fundação Rosa Luxemburgo. No evento de lançamento, a apresentadora e chef de cozinha natural Bela Gil, o secretário executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) Denis Monteiro, e a coordenadora da Fundação Heinrich Böll e editora do Atlas Maureen Santos destacaram dados da publicação, falaram sobre o cenário da agroecologia e discutiram os impactos do agro-negócio tanto no ambiente quanto na cultura. A mediação foi do apresentador Gregorio Duvivier.
“O Atlas chega a um mês das eleições, e isso tem um significado importante. O agronegócio tem atuado politicamente, fazendo debates com os candidatos a Presidência da República, com a bancada ruralista.Teve uma participação ativa no Golpe de 2016 votando a favor do impeachment e levando para o Congresso Nacional uma série de pautas, de projetos de lei contrários aos interesses dos povos e comunidades tradicionais e a favor dos agrotóxicos. O agronegócio tem uma ação política muito intensa, muito forte que busca perpetuar o modelo de desenvolvimento pautado na concentração da terra”, argumentou Denis Monteiro, da ANA.
Acesse aqui o o Atlas do Agronegócio – Fatos e números sobre as corporações que controlam o que comemos
Versões impressas podem ser solicitadas por email: info@br.boell.org.