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Nova versão do manifesto Ocupar escolas destaca autonomia e suporte para comunidades escolares

Pedro Martins

O lançamento da nova versão do manifesto “Ocupar Escolas, Proteger Pessoas, Valorizar a Educação”, realizado no dia 17 de novembro, reuniu representantes de diversas entidades da área de saúde e educação para debater sobre a retomada das atividades escolares no cenário da pandemia de Covid-19. Como aponta o próprio documento, o termo “retorno” é algo a ser questionado: “Não é possível retornar na vida, é preciso seguir e refazer, reinventar, é preciso fortalecer a educação cidadã”, destaca o texto. Assim, o documento traz a necessidade do fortalecimento das comunidades escolares para a avaliação acerca do melhor caminho a ser seguido, sempre com apoio na ciência e nas ações e serviços de saúde. Ao trazer tal abordagem e deslocar a questão da educação do simples dilema de voltar ou não às aulas para o campo de fortalecimento da comunidade, o manifesto também destaca os mais variados aspectos da vivência escolar, inclusive para o tratamento das desigualdades existentes na sociedade.

Necessidade de educação e saúde caminharem e construírem em conjunto

Diante da incerteza de quanto tempo durará a pandemia e o estado de calamidade pelo qual passa o país e o mundo, a presidente da Abrasco, Gulnar Azevedo, ressaltou o que os profissionais de educação e saúde desejam sinalizar com o documento: “Nós profissionais da saúde e da educação temos de colocar o que construímos a favor da população, reduzir os danos”. Esta nova versão foi lançada na busca de incorporar contribuições dos diálogos realizados com profissionais de educação e saúde após a primeira versão.

A importância de o manifesto ser um documento aberto foi o ponto central da fala do vice-presidente da Abrasco, Naomar Almeida Filho. Para além de propiciar novas contribuições a partir da vivência das realidades dos profissionais de educação, o professor destacou outro aspecto fundamental para que fosse feita a revisão do documento: “Essa revisão demonstra que a ciência avança numa perspectiva acelerada. Muitas coisas que parecem consolidadas, nos trazem novidades que precisamos atualizar”.

Falta de coordenação nacional é destacada no debate

Os participantes destacaram também a falta de coordenação em nível nacional nas ações diante à pandemia, o que levou ao agravamento de diversos problemas que poderiam ser evitados. A integração entre as áreas de saúde e educação ganhou lugar especial nesse debate, por serem direitos sociais fundamentais e que devem ser garantidos pelo poder público.

Maria Thereza Marcílio, presidente da Avante-Educação e Mobilização Social apontou a importância do manifesto diante do vazio de ações do governo federal: “Construir um documento desse é um avanço extraordinário de civilização. Esperamos que auxilie na situação cotidiana que a população enfrenta. A falta de uma coordenação tem causado danos tão grandes quanto os da pandemia”.

A contribuição dos setores de saúde e educação como parte do exercício de construção democrática faz-se ainda mais necessária no momento atual, ressaltaram os presentes na atividade. Pontos como valorização do trabalho dos profissionais de ambas as áreas como forma de enfrentamento ao aprofundamento das desigualdades que a pandemia tem trazido também foram destacados.

Assista ao lançamento na íntegra:

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