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Leitos no SUS: muitos foram criados na pandemia, mas manutenção é incerta

Thereza Reis

Gulnar Azevedo e Silva, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e presidente da Abrasco, foi uma das entrevistadas pelo jornal Folha de S. Paulo em matéria sobre a criação e a manutenção dos leitos durante e após a pandemia no país. A abertura de 22.810 leitos de clínica médica entre fevereiro e julho, de acordo com levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), reverteu o cenário de queda dos últimos dez anos. Agora, são cerca de 317 mil leitos. O balanço não inclui os leitos de UTI, que também aumentaram no período. De acordo com o Ministério da Saúde, 11.084 foram habilitados.

Gulnar Azevedo alertou que ainda é cedo para fechar os leitos, mesmo os provisórios, pois há risco de novas infecções. “Ainda estamos em pandemia, que não acabou. Em alguns lugares, vemos uma atenuação do crescimento, de uma curva que tende a estabilizar, mas ainda não podemos dizer que está sob controle”, disse.

Para Gulnar, em locais com os primeiros sinais de queda de casos, os leitos podem ser usados para garantir o atendimento dos pacientes após a saída da UTI, para os que necessitam de cuidados intermediários e para os com quadros menos graves, mas que não têm condições de manter isolamento adequado em casa. Para a professora da UERJ, a estrutura pode ser usada pelos pacientes vindos de cidades do interior.

Secretários Estaduais de Saúde disseram ao jornal que o financiamento da estrutura dos leitos é o desafio para a manutenção de parte deles abertos no pós pandemia. O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou que o financiamento é sempre um problema, mas que a discussão de construir um legado para o SUS, mantendo a estrutura no momento pós pandemia, está em pauta e será tema da próxima reunião do Conselho.

Participaram ainda da matéria Hideraldo Cabeça, primeiro-secretário do CFM, que demonstrou preocupação com a manutenção dos leitos; e Mauro Junqueira, do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), que afirmou ser cedo para a discussão.  O Ministério da Saúde manifestou-se por nata, informando que a manutenção dos leitos será discutida com os gestores estaduais e municipais após o período de emergência.

Leia na íntegra a reportagem da Folha de São Paulo.

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