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Licença-maternidade passa a ser computada no Currículo Lattes

Adriana Proença

A inclusão da licença maternidade é uma importante conquista para equidade de gênero na academia / Foto: Pexels

Após muita mobilização e solicitação da comunidade científica, com papel central das mulheres cientistas, a partir desta quinta-feira (15), o Currículo Lattes passa a permitir o registro de licença-maternidade no campo ‘Licenças’. Esta iniciativa é um dos primeiros e importantes passos para a equidade de gênero na carreira acadêmica. Referência e condição necessária para a produção científica nacional, a Plataforma Lattes contém todo o registro da vida acadêmica da comunidade científica brasileira e é utilizada para avaliação em processos seletivos e na concessão de bolsas, por exemplo. O CNPq divulgou o atendimento do pleito no último dia 7.

A reivindicação é antiga e mais do que justa. “A mulher cientista tem uma queda na produção acadêmica quando ela se torna mãe porque demanda muita atenção e tempo. Esta sessão no Lattes vai justificar a redução da produtividade da pesquisadora no que diz respeito à elaboração de artigos e participação de atividades científicas”, explicou Luanda Lima, mãe da Rosa, coordenadora do GT de Educação Popular e Saúde da Abrasco e embaixadora do Parent in Science. Foi esse movimento a liderar a campanha #maternidadenolattes, organizando essa demanda e apresentando-a ao Conselho, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

De acordo com uma recente publicação do Parent in Science, entre os cientistas brasileiros, 49% são mulheres. Em contrapartida, o levantamento “Jovens Pesquisadores” do Conselho de Ciência e Tecnologia Desenvolvimento (CNPq) mostra que o número de mulheres na ciência no Brasil diminui à medida que a progride na carreira científica. Os dados foram apresentados por Letícia Oliveira (UFF e Núcleo Central do Parent in Science), na Ágora Abrasco em homenagem ao Dia internacional da Mulher.

Luanda e Rosa – foto: acervo pessoal

“As avaliações de desempenho para muitos editais são feitas a partir do Lattes e a lacuna na produção por conta da maternidade, com certeza, não é falta de engajamento da pesquisadora”, completa Luanda, que reconhece o peso da ação para fortalecer outras reinvindicações das pesquisadoras como a extensão de bolsas levando em consideração o período de licença e expandir o diálogo com as universidades para adoção de mecanismos específicos, que levem em consideração este período para as pontuações, reduzindo assim, as desigualdades entre homens e mulheres na academia.

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