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 NOTÍCIAS 

Luisa Massarani: Fake news são tão perigosas e se espalham tão rápido quanto o vírus

Letícia Maçulo

Como jornalistas e divulgadores científicos podem ajudar a diminuir a disseminação da Covid-19? Essa foi a reflexão central da conferência “Divulgação científica em tempos de pandemia” da pesquisadora e comunicadora científica, Luisa Massarani, no 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia. A conferência marcou a abertura do último dia do evento e contou com transmissão ao vivo pela TV Abrasco

A pandemia de Covid-19 agravou ainda mais o contexto da crise de informação que assola o país. Com informações falsas sobre vacinas e recorrentes ataques à ciência, cientistas e instituições de pesquisa, os efeitos da desinformação como política de governo refletiu em 120 mil mortes que poderiam ser evitadas, segundo estudos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Nesse cenário, as fake news são uma das ferramentas principais para a criação de um ambiente onde o reconhecimento de informações e fontes confiáveis comprometem a adesão de medidas de proteção e contenção da disseminação do vírus. Diante desta realidade, as “Fake news são tão perigosas e se espalham tão rápido quanto o vírus.” afirma a pesquisadora. 

Apesar do negacionismo das fake news, a América Latina ainda é uma das regiões com maior aceitação da vacina. O trabalho de comunicadores e pesquisadores tomou uma relevância ainda maior nesse contexto. Segundo Luisa, jornalistas e a mídia tradicional têm ampliado as informações sobre a Covid-19 de forma confiável. Dados do estudo “Como Brasileiros e Brasileiras veem a Fiocruz”, feito em 12 cidades do Brasil, mostra que 73,7% dos entrevistados se informam sobre a Covid-19 pela Televisão. Sites oficiais, jornais e redes sociais também representam uma grande parcela desse recorte. 

Entender a importância desses canais de comunicação é central tanto para pesquisadores quanto para comunicadores. E o desafio de comunicar descobertas que acontecem de maneira cada vez mais rápida com segurança e confiabilidade também é compartilhado. “Falar de infodemia não é falar apenas de informações falsas”, afirma a pesquisadora, mas também falar de uma estrutura política e social de tentativa de desmobilização das ciências que precisa ser contornada com urgência e inteligência.  

A presidência da sessão foi de Maurício Barreto, Presidente do 3º Congresso Brasileiro de Epidemiologia.

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