O documento Ocupar escolas, proteger pessoas, recriar a educação foi lançado no mês de outubro, em um movimento que engloba mais de 60 entidades da Saúde Coletiva e da Educação. A fim de expandir a discussão sobre escolas – durante e pós a pandemia de coronavírus -, representantes do grupo vem divulgando a ação nos canais de comunicação.
Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco, foi entrevistada pelo jornalista André Antunes, do Portal EPSJV/Fiocruz, na semana passada (30/10), e explicou que o documento surgiu a partir do trabalho com o Plano Nacional de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19, da Frente Pela Vida: “Nós, da saúde coletiva, começamos um contato com algumas entidades e pesquisadores da área de educação, para ver como poderíamos construir uma proposta conjuntamente, que auxiliasse na reabertura segura de escolas”.
Gulnar apontou ainda que o objetivo não é defender ou não volta às aulas presenciais, e sim repensar a função social da escola: “O que a gente coloca é que voltar só para não perder mensalidade, obrigar professores em condições ainda adversas a terem que trabalhar pensando em garantir que os conteúdos sejam repassados é o menos importante nesse momento. O mais importante é o papel que a escola tem no sentido de estruturação de uma população mais vulnerabilizada”. Leia a entrevista na íntegra.
Em matéria exibida no programa Sagres em Tom Maior, nesta quinta-feira (5/11), Naomar de Almeida Filho, vice-presidente da Abrasco, também falou sobre o projeto. O pesquisador ponderou que não há coordenação no combate à pandemia – e há uma ausência das autoridades, sobretudo do governo federal.
“As escolas tem um papel muito importante no setor público de educação, porque os alunos inicialmente no ensino fundamental e médio tem a escola como sua referência, o que organiza à vida. Já são 7 meses que não estão nas escolas aqueles que mais precisam dela”. Assista, abaixo, à entrevista completa:
A Rádio Nacional noticiou o lançamento do manifesto, destacando a participação da Abrasco e a fala de Maria Thereza Marcilio, Presidente da Avante – Educação e Mobilização Social. Segundo Maria Thereza, todos os problemas – já conhecidos pelos trabalhadores e pesquisadores da área – ficaram ainda mais evidentes.
“É uma oportunidade enorme não de um retorno, mas de uma reabertura e uma recriação da educação. Houve um esforço enorme de se reconectar com os estudantes, de fazer uma ponte com as famílias, e nesse ponto aprendemos muito. Há um reconhecimento do papel da família e do papel do professor que não existiam tão claramente antes”. Ouça a reportagem de Solimar Luz: