NOTÍCIAS 

Márcia Furquim e Moisés Goldbaum se despedem da editoria da Revista Brasileira de Epidemiologia

Após décadas de dedicação à frente da Revista Brasileira de Epidemiologia (Epidemio), Márcia Furquim e Moisés Goldbaum, encerram seus ciclos como editores científicos, deixando um legado marcante para a epidemiologia brasileira e latino-americana. Ambos foram figuras centrais na consolidação da revista como um espaço de excelência para a disseminação de estudos de alta relevância científica e social, e sua contribuição foi fundamental para o fortalecimento da epidemiologia como um componente essencial da Saúde Coletiva.

Para o presidente da Abrasco, Rômulo Paes, o trabalho de Márcia e Moisés transcendeu a editoração científica. “A consolidação da epidemiologia como componente da saúde coletiva é fato recente no Brasil. A Revista de Epidemiologia contribuiu para o desenvolvimento teórico e metodológico da epidemiologia nessa abordagem original no Brasil e na América Latina. Moisés e Márcia fazem parte do grupo de pesquisadores que liderou esse processo, usando de forma generosa a sua condição de pesquisadores e desenvolvedores dessa disciplina para a formação de novos epidemiologistas e de usuários do conhecimento produzido para as políticas de saúde. As muitas gerações de sanitaristas brasileiros e latino-americanos, como a minha, devem muito a Moisés e Márcia”, afirma.

A dedicação de ambos também foi destacada por Antônio Boing, editor científico da Epidemio. “Ao longo de suas trajetórias como editores da Revista Brasileira de Epidemiologia, Márcia e Moisés desempenharam papel de destaque no desenvolvimento e fortalecimento da epidemiologia em nosso país. Sempre com notável dedicação, consolidaram a revista como um veículo de excelência para a disseminação de estudos com alta relevância científica e social. Mais do que editores, foram mentores e incansáveis protagonistas de uma ciência comprometida com a transformação social.”

Mesmo deixando a editoria da Epidemio, Moisés e Márcia seguem como referências na ciência brasileira, inspirando novas gerações de sanitaristas e epidemiologistas. Em carta conjunta, os editores destacaram reflexões sobre os desafios e aprendizados acumulados durante suas trajetórias à frente da revista. “É certo que esta trajetória descrita, apesar do tom positivo, merece ser ponderada à luz das dificuldades existentes na realidade editorial no Brasil. Reiteramos que a ausência de políticas editoriais dificulta uma expressividade maior da produção científica nacional, seja da perspectiva financeira, seja nos empecilhos para a devida profissionalização dos editores, seja pela restrita avaliação atribuída aos periódicos nacionais. Mas, a experiência vivenciada nos permitiu colher grandes ensinamentos.”

Associe-se à ABRASCO

Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Pular para o conteúdo