Em entrevista à Rádio USP, Marília Louvison, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) e integrante do Conselho Deliberativo da Abrasco fala sobre as mudanças do provimento das equipes da Estratégia Saúde da Família.
Devido ao papel central do território para a Atenção Básica, o provimento para as equipes da ESF valia-se pelo total de habitantes de cada região e município atendido. Na nova proposição o repasse de verbas passe a considerar dois pontos: o número de usuários cadastrados no sistema e o desempenho das equipes dos postos, levando em conta informatização, atividades de promoção à saúde e horário de atendimento expandido, entre outros pontos.
Para Marília, tal proposta é preocupante, já que o acesso ao sistema público de saúde é um direito do cidadão. “Já tem muita gente que não consegue acessar a Atenção Básica. Se considerarmos só os cadastrados, a chance de maior restrição de acesso aumenta. Além disso, sabemos que tem aumentado muito a procura pela Atenção Básica bem como o conjunto do SUS em função da perda de emprego e redução das carteiras dos planos de saúde. Temos de considerar que os cadastros são falhos, muita duplicidade e erro de preenchimento. O cadastro é uma ação importante, para saber quem é a população atendida e conhecer o território. Mas não podemos partir dele para decidir quem tem direito ao SUS ou não, pois o SUS é universal e um direito de toda a população” disse a abrasquiana.
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