Antes da saída de Cuba do Programa Mais Médicos para o Brasil, Mario Scheffer, vice-presidente da Abrasco e professor da USP, apresentou resultados de pesquisas sobre demografia médica e os impactos da crise econômica sobre a saúde, no contexto do projeto. Segundo ele, a lei foi um “divisor de águas” na formação de médicos do Brasil: “Talvez nenhum país do mundo tenha passado por um incremento tão grande no número de profissionais médicos em tão curto tempo. Em 5, 6 anos, passamos da formação de 20 mil profissionais para 30 mil profissionais por ano”.
+ Leia Nota Abrasco sobre a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos para o Brasil
Conforme explica Lara Stahlberg, em artigo publicado pela Abrasco, o programa não se trata só da contratação de médicos. Um de seus eixos é a readequação e expansão da formação médica, com a proposta de revisar currículos – a fim de que as especialidades sejam mais direcionadas para medicina preventiva – e descentralizar a oferta de vagas em cursos de medicina, levando o ensino médico para o interior. Segundo Scheffer, esse movimento de fato ocorreu – mas 93,4% de médicos recém formados em cidades pequenas migram para grandes centros.
Assista entrevista com o pesquisador, gravada durante a terceira sessão da reunião técnica “Acesso e qualidade a cuidados e serviços de saúde: desafios para a gestão dos Recursos Humanos em Saúde”, em 22 de outubro: