Professor do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e membro da Comissão de Política, Planejamento e Gestão em Saúde da Abrasco, Mário Scheffer participou do programa televisivo Complicações, em dezembro passado. A produção é realizada pela Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).
Na edição, o pesquisador aborda novas perspectivas que começam a ser implementadas pelo Ministério da Saúde no combate ao HIV/Aids. Entre as ações, o início imediato do tratamento com anti-retrovirais após a identificação do contágio, e não apenas após o surgimento dos primeiros sintomas. Para Scheffer, a medida é positiva e poderá ampliar em 100 mil novos pacientes, que vão se juntar a outras 313 mil pessoas já em tratamento. “Temos hoje um problema sério que são serviços superlotados, que atendem pacientes de HIV e Aids e não dão conta da demanda atual. Essa medida precisa ser acompanhada com um plano de fortalecimento dessa rede assistencial”, diz o pesquisador.
Scheffer aborda ainda a atual conformação do sistema de saúde brasileiro:o Programa Mais Médicos; a demografia médica no país; os incentivos à rede suplementar, e a pouca atenção ao SUS. Da formação à gestão do sistema, as relações entre o público e o privado fazem com que apenas 25% dos médicos dediquem-se integralmente ao serviço público, deixando uma política pública como o SUS refém dos interesses mercantis. “O mesmo governo que impede a aprovação de mais recursos para a saúde, pois até hoje não conseguimos emplacar os [investimento de] 10% da receita bruta, tem, por outro lado, apostado no crescimento de um mercado planos privados baratos, com restrições de cobertura e com uma rede que não vai dar conta de entregar aquilo que está vendendo, e queao final é um mercado para o médico”. Clique na imagem e confira a gravação.
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