Divulgado pelo Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB) como guia da área social para um possível governo capitaneado pelo vice-presidente Michel Temer, o documento Travessia Social traz em suas páginas uma parte específica intitulada O Desafio da Saúde. A pedido da revista Época, Mario Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e vice-presidente da Abrasco, traçou uma avaliação do documento.
Como ressaltado pelo texto da matéria Plano do PMDB para a saúde não ataca falta de recursos no setor, as propostas apresentadas para o setor saúde são vagas, não detalham como aumentar o orçamento da saúde e repetem conceitos já previstos em projetos em andamento ou que ainda que não foram implementados como haviam sido idealizados. “São propostas muito anódinas, não têm materialidade. Se não resolver o financiamento da saúde, qualquer proposta é firula”, ressaltou Scheffer. O pesquisador disse ser fundamental para qualquer governo compromissado com o SUS definir novas fontes de financiamento para recuperar as rubricas perdidas. “Mas sabemos que Temer defenderá a desvinculação orçamentária”, completou ele, referindo-se à batalha em curso no Senado Federal para a aprovação da PEC 143/2015, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RO), homem forte de Temer no xadrez político.
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A matéria ouviu também Gustavo Andrey Fernandes, economista e pesquisador do Departamento de Gestão Pública da Fudação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo. Fernandes criticou a proposta de ampliação das parcerias público-privadas como estratégia de eficiência. “Não é o caráter privado ou público que garante uma melhor qualidade no serviço”, afirmou Fernandes, apontando ser mais importante pensar em reformulações na carreira de funcionários do SUS e na determinação de metas para os gestores de saúde do que os pontos apresentados pelo documento. Leia a matéria completa.