Pesquisar
Close this search box.

 NOTÍCIAS 

Martinho Braga fala dos desafios do triênio da Comissão de CSHS da Abrasco

(publicado originalmente no site do IMS/Uerj – clique e acesse)

Foi anunciado no último dia do 7º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, que ocorreu em Cuiabá (MT), de 9 a 12 de outubro, o novo coordenador da Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (CCSHS-Abrasco), constituída até o momento por 11 instituições do país. Martinho Braga, professor do Instituto de Medicina Social da UERJ, foi escolhido pelos integrantes da Comissão e anunciado como novo coordenador pela até então coordenadora Tatiana Gerhardt (UFRGS).

Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ, Martinho disse que a Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) enfrenta muitos desafios, entre eles a fragmentação e atomização progressiva dos temas de pesquisa na área, como aponta Leny Trad, da UFBA. “Para enfrentar esses e outros desafios, a Comissão aposta sempre no diálogo interdisciplinar, como sugere a professora Roseni Pinheiro, aqui do IMS-UERJ. A integração extensão, ensino e pesquisa e a sustentação em longo prazo da interdisciplinariedade são os principais desafios que pretendemos coletivamente encarar no próximo triênio, caminhando na direção da própria mudança do nome da Associação, que deixou de ser uma Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva para se tornar uma Associação Brasileira de Saúde Coletiva, abandonando a exclusividade da pesquisa para comprometer-se com as próprias graduações em Saúde Coletiva que se multiplicam pelo país. Já enfrentamos o debate sobre a fragilidade da vida na contemporaneidade anteriormente, bem como sobre a identidade das Ciências Sociais e Humanas em Saúde, até mesmo sobre a nossa intervenção diversificada em certos contextos adversos, como é o caso do nosso momento político atual no país”, revelou.

Tatiana Gerhardt, Reni Barsaglini (UFMT), Maria Helena Mendonça (ENSP/FIOCRUZ) e Luís Eduardo Batista (IS-SP) conduziram a Comissão nos últimos 3 anos, de 2013 a 2016, um triênio cheio de conquistas. Segundo Martinho, a primeira conquista foi a consolidação do processo de institucionalização da Comissão na Abrasco, com a construção de um novo Plano Diretor, composto de diretrizes para o funcionamento da Comissão. A segunda foi a expansão material das fronteiras das Ciências Sociais e Humanas em Saúde, através do planejamento e execução do último Congresso na região centro-oeste, enquanto todos os 6 anteriores aconteceram nas regiões sudeste, sul e nordeste. A terceira, foi a expansão simbólica dessas fronteiras, através de três simpósios antes do último Congresso, não só sobre pesquisa, como também sobre ensino e extensão de ciências sociais e de ciências humanas no campo da saúde coletiva. “Ainda no que diz respeito à segunda conquista, é importante frisar não só a descentralização dos eventos, mas também a importância da presença da Comissão no espaço público, no fato de que os eventos acontecem em universidades públicas, favorecendo o engajamento dos atores locais. No que tange à terceira conquista, não posso esquecer de dizer que um quarto Simpósio foi planejado e será executado em maio do ano de que vem, um Simpósio sobre relações político-institucionais, que ocorrerá no Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde, em maio de 2017”, conta o novo coordenador.

“Continuaremos trabalhando na direção de articular produção de conhecimento com produção de cuidado. Continuaremos fortalecendo políticas e práticas de saúde que se desenvolvem em contato permanente com os usuários e trabalhadores do Sistema Único de Saúde. Continuaremos resguardando as especificidades das disciplinas que compõe as Ciências Sociais e Humanas em Saúde, valorizando a tradição de ensino dessas disciplinas nos cursos da área da saúde e mantendo a consistência teórico-metodológica dos estudos. Só não é mais possível continuar apoiando um Ministro da Saúde que não defende o SUS, como disse Gastão Wagner Campos, presidente da Abrasco”, ressaltou Martinho.

De acordo com Martinho Braga, agora é hora de consolidar as parcerias, da maneira que foi oferecida a possibilidade de realizar o próximo congresso no estado da Paraíba. “Estamos animados com a disponibilidade de trabalhar juntos com os colegas da Educação Popular, uma perspectiva fundamental em um cenário no qual a proposta governamental vigente, infelizmente, é uma Escola sem Partido. Nossa posição política é clara, nossa luta por um governo que proteja o SUS também, nossa aposta na Educação Popular é certa, mas ainda não está definido o local no qual acontecerá o próximo evento, trata-se de uma indicação, nada além ou aquém disso por enquanto”, pontuou.

Associe-se à ABRASCO

Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Pular para o conteúdo