Entre 2007 e 2013, mais de 8 milhões de pessoas migraram dos serviços de saúde pública oferecidos pelo SUS para planos e seguros particulares. O número foi dado pela Associação Nacional de Hospitais Privados. Nesses cinco anos, o crescimento médio dos planos de saúde foi de 4,3%, impulsionados pelo aumento de contratos empresariais.
Pessoas na faixa de 30 a 39 anos foram as responsáveis pela maior expansão no setor. Em 2008, 26% da população brasileira nesta idade estava coberta por algum plano de saúde. Em 2013, esse número saltou para 34% da população dessa faixa etária.
O recém-empossado ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse em entrevista ao Estadão que é preciso discutir com a sociedade e com o governo a criação de um novo imposto para o setor. Diante de um ano com perspectivas baixas de orçamento, sem promessa de dinheiro para a pasta, Chioro diz que este é o caminho para garantir a sustentabilidade do sistema integral, que “cada vez custa mais caro”. Desde 2008, com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o setor sofreu um baque, que coincidiu com o momento do crescimento dos planos particulares.
Segundo Chioro, um novo tributo específico para a área de saúde ajudaria a reparar as perdas sofridas desde então. Ele ainda afirmou que é contrário a planos de saúde com mensalidades baixas e pouca cobertura. O ministro ratificou também que deve haver uma mudança nas agências reguladores que são “executoras” das políticas direcionadas pelo ministério.