Faltam poucos dias para acadêmicos, gestores e profissionais se reunirem em Belo Horizonte para pensar projetos possíveis para uma Saúde universal, igualitária e integral. Marcado para os dias 1º, 02 e 03 de outubro, o 2º Congresso brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde será um espaço privilegiado para avançar nas demandas sociais, teóricas e científicas da área da Saúde Coletiva. Para fortalecer esse momento, nesta quinta-feira (29), haverá o quarto e último seminário preparatório, a ser realizado no auditório 104 do novo prédio CAD2, no campus Pampulha, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para a professora Eli Iola Rangel, vice-presidente da Abrasco e presidente da Comissão Científica, os seminários têm desempenhado um importante papel para a preparação do Congresso. “Nosso objetivo foi dar densidade aos principais temas a serem debatidos”. Já foram realizados três encontros anteriores nas cidades de Campinas, Brasília e Recife, e diversos convidados participaram da série de minientrevistas sobre os desafios a serem vencidos em prol da universalidade, igualdade e integralidade do SUS.
Formas de gestão alternativas e impasses na atenção primária
Duas mesas-redondas serão organizadas nesta edição. Pela manhã, Renilson Rehem de Souza, diretor-executivo do Hospital da Criança de Brasília, Carmen Teixeira, professora do IHAC e ISC da UFBA, e Sergio Cortes, secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro vão abordar o tema Entre o Público e o Privado – Formas de gestão e provisão de serviços na área de Saúde.
“Precisamos de modelos alternativos em comparação aos da administração direta”, frisa Renilson Rehem de Souza, que vai falar sobre sua experiência à frente do hospital pediátrico brasiliense vinculado ao governo do Distrito Federal e administrado em parceria com o Instituto do Câncer Infantil e Pediatria especializada (ICIPE). Segundo Rehem de Souza, as parcerias só são viáveis se pressuporem um trabalho de identificação de metas e resultados e de definição de papéis, perfis e esferas de atuação. “A Organização social não é uma solução mágica, mas sim uma forma de o Estado se organizar e saber o que quer dessa parceria e do serviço por ela prestado”.
Já a professora Carmen Teixeira vai apresentar uma revisão histórica comparativa entre o modelo geral de gestão do SUS e os apresentados para hospitais e outras unidades complexas. “Infelizmente, pouco foi conseguido em termos de profissionalização da gestão dessas unidades, que continuam reféns do jogo político, do clientelismo e da formação de alianças em nome da “governabilidade”, colocando assim pessoas com pouco ou nenhuma formação e capacitação nos altos postos de comando”.
À tarde, será a vez do debate sobre os impasses e perspectivas da construção do SUS. Vão compor a mesa os professores Francisco Eduardo Campos (UFMG), Lígia Giovanella (Enps/Fiocruz), Ivan Batista Coelho (UFOP) e o secretário de atenção à Saúde, Helvécio Magalhães.
Na opinião da professora Eli Iola, que mediará ambas atividades, o momento atual exige mudanças. “As manifestações de Junho recolocaram o tema da Saúde na pauta do país e nós, que somos militantes de um sistema universal, devemos apontar caminhos para seu resgate e fortalecimento”, detalha a professora, que frisa o comprometido sistemático devido ao sub-financiamento. “Precisamos que a atenção primária seja de fato a porta de entrada aos serviços de saúde e que seja capaz de dar solução aos problemas da população”.
Agende-se para o Seminário Preparatório do 2º Congresso brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde:
Data: 29 de agosto, das 8h às 17h
Local: CAD2 – Auditório 104 – Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – próximo à rampa do prédio principal da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich).
Endereço: Av. Antônio Carlos, 6.627, Pampulha, Belo Horizonte
Programação:
Café de Boas-Vindas – das 8h às 8h30
Abertura – das 8h30 às 9h
Mesa-redonda
Entre o Público e o Privado – Formas de gestão e provisão de serviços na área de Saúde:
Horário: Das 9h às 12h
Com Renilson Rehem de Souza, Diretor-executivo do Hospital da Criança de Brasília
Carmen Teixeira, Professora do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (IHAC e ISC/UFBA)
Sergio Cortes, Secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro
Mesa-redonda
Impasses e perspectivas da construção do SUS:
Horário: das 14h às 17h
Com Francisco Eduardo Campos, Professor do departamento de Medicina Preventida da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Lígia Giovanella, Pesquisadora do Núcleo de Estudos Político-Sociais em Saúde e professora da Escola Nacional de Saúde Pública (Nupes/DAPS/Ensp/Fiocruz)
Ivan Batista Coelho, Professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Helvécio Magalhães, Secretário de atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS)