O líder indígena caiapó Paulinho Paiakan morreu nesta quartafeira, 17 de junho, em Redenção, no Pará, vítima da Covid-19. Paiakan, um dos mais importantes líderes indígenas na época da redemocratização do país, morreu após dez dias de internação no Hospital Regional de Redenção.
Ao lado de importantes lideranças, como Ailton Krenak, Raoni e Juruna, Paiakan teve papel fundamental na luta a favor da demarcação das terras indígenas, da expulsão de madeireiros e garimpeiros de terras indígenas e da oposição à construção de hidrelétricas no Rio Xingu.
Paiakan e outras lideranças caiapós conseguiram a homologação da Terra Indígena Kayapó, com 3,3 milhões de hectares, em 1991, e da Terra Indígena Baú, com 1,5 milhão de hectares, em 2008. Estima-se que existam 12 mil caiapós hoje.
Em 1992, em caso de repercussão internacional, Paulinho Paiakan foi acusado de estupro por uma estudante de 18 anos, foi condenado e cumpriu dois anos e quatro meses de prisão domiciliar em sua aldeia.
O falecimento de Paiakan causou comoção aos povos indígenas do Brasil. Hoje, a deputada federal indígena Joenia Wapichana (Rede-RR) homenageou o líder na sessão virtual da Câmara dos Deputados. O líder indígena deixa mulher e três filhas.
As dificuldades encontradas pelos povos indígenas se agravaram durante a pandemia. O tema foi debatido na sessão Invisibilidades e Iniquidades na Amazônia: povos indígenas e a Covid-19 da Ágora Abrasco, em maio.