A educação popular em saúde como ferramenta para as respostas necessárias à pandemia de Covid-19 foi o tema da Ágora Abrasco do dia 15 de setembro. O painel foi organizado pelo Grupo Temático Educação Popular e Saúde da Abrasco e buscou aprofundar as questões do Plano de Enfrentamento à Pandemia (PEP) e as formas de debater o documento junto às mais diversas comunidades do país e buscar medidas que agreguem o conhecimento local. Intitulado “Diálogos: Educação Popular e Cidadania – Estratégias de implementação do Plano de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19”, o debate contou a participação de Gulnar Azevedo (Presidente Abrasco), Paulette Cavalcanti (Mãos Solidárias e pesquisadora da Fiocruz/PE), Altamira Simões (Aymidê Yaladê Coletivo de Mulheres, Rede Lai lai Apejo) e Emile Cordeiro (RMMP e UFCA). A coordenação foi de Luanda Lima (GT Educação popular e Saúde da Abrasco e IFF/Fiocruz).
Plano de Enfrentamento à Pandemia e diálogo com as comunidades
Para iniciar o painel. A presidente da Abrasco, Gulnar Azevedo, trouxe uma apresentação do Plano de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19. Em sua fala, além das indicações que o plano traz para gestores do SUS, autoridades sanitárias, autoridades política e à sociedade, Gulnar também destacou a falta de coordenação nacional por parte do governo federal para conter a pandemia.
Após o panorama do PEP apresentado por Gulnar, foi a vez de ouvir falas ligadas aos movimentos sociais e como construir com as comunidades as respostas à pandemia. Com a perspectiva da pedagogia de Paulo Freire, Paulette Cavalcanti apontou que “não é possível uma pandemia ser solucionada sem uma ação educativa forte”. A pesquisadora ressaltou ainda que não se pode perder a perspectiva da saúde como direito humano resgatando as conferências de Ottawa e de Alma Ata. Em diálogo com a fala de Paulette, Emile Cordeiro abordou o aprofundamento das desigualdade com a pandemia, com 42 bilionários ganhando R$32 bilhões e os mais pobres ficando ainda mais desassistidos. A professor também falou sobre o curso que desenvolveram junto com diversas comunidades e destacou a importância do SUS no contexto de crise sanitária.
Necessidade de educação popular antirracista
Por fim, Altamira Simões deu destaque para a necessidade de construção de uma educação popular com viés antirracista. Altamira destacou a queda na qualidade de vida da população negra após o golpe na presidente Dilma em 2016 e falou que no contexto da pande, “na ausência do Estado, o movimento negro tomou a frente da luta pela vida, pelo acolhimento, da segurança alimentar para cuidar das pessoas”.
Assista a íntegra do painel na TV Abrasco: