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Naomar de Almeida Filho fala sobre a pandemia e o futuro do ensino superior

Thereza Reis

Naomar de Almeida Filho, vice-presidente da Abrasco, em debate online promovido pela Folha de São Paulo e pela PUC-SP

O vice-presidente da Abrasco e professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), Naomar de Almeida Filho, foi um dos convidados de um debate online que discutiu o futuro do ensino superior. O evento Universidade do Futuro foi organizado pelo jornal Folha de São Paulo em conjunto com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Entre os temas abordados, a interdisciplinaridade, a diversidade e a mistura entre o ensino presencial e o remoto.

A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças significativas, para alunos e docentes. A forma de transmitir conhecimento teve que ser mudada na emergência, porém, o domínio e o acesso à tecnologia são desiguais. O desafio, segundo os especialistas, é trazer os alunos para a construção do conhecimento.

Naomar de Almeida Filho falou sobre o ensino e os desafios da pandemia, entendida como um evento crítico, singular, múltiplo e complexo, uma totalidade de fenômenos. Refletindo a partir da fala de seus companheiros de debate, o professora afirmou que “A universidade tem uma missão de  compreender o mundo, e essa missão busca transformar o mundo. E uma questão que a gente precisa fazer uma reflexão critica muito séria, é transformar, e em qual direção. O mundo está sendo transformado, e a universidade tem o dever de refletir sobre que direção é essa”, disse.

O vice-presidente da Abrasco pontuou sobre os tempos que virão, a complexidade dos eventos e a compreensão deles. “A marca da universidade do futuro, se é que a gente pode assim sintetizar, é a interdisciplinaridade, é a transdisciplinaridade, ou talvez seja até a superação da disciplinaridade, para que a gente seja capaz de lidar com a singularidade desses eventos críticos, que são de extrema complexidade. E isso pode nos ajudar a compreender, ou talvez até a criar formas de reagrupar o conhecimento, de redefinir o conhecimento”, afirmou.

Ainda pensando sobre o entendimento da pandemia, o professor também falou sobre o tema das  interfaces, biomolecular, clínica e ecossocial, temas, inclusive de alguns painéis da Ágora Abrasco. “Tem um grande coletivo de sujeitos que sofrem uma epidemia, estão sob risco, são vulneráveis, e isso afeta a sociedade, até pela globalização da epidemia, que se torna pandêmica. E aí, elementos de contágio, inclusive, atravessando fronteiras. E isso afeta o mundo simbólico, afeta as relações sociais, afeta tudo isso que possa ser um imaginário, complexo e geral”, afirmou.

Naomar de Almeida Filho fez também uma reflexão sobre a universidade, ressaltando a diversidade e a abertura ao novo, tendo elementos institucionais, culturais, políticos e científicos. “As sociedades precisam, cada vez mais, valorizar esse grande espaço, essa grande conquista histórica, essa invenção da cultura. Talvez até a única esperança para que a gente compreenda o mundo, no sentido de transformá-lo, mas criticando a direção dessa transformação, até para a própria sobrevivência da espécie humana”, pontuou.

Assista ao vídeo na íntegra:

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