Diante do desastre humanitário da epidemia da Covid 19 no Brasil e da ausência de medidas de enfrentamento articuladas nacionalmente, com 2.286 mortes registradas oficialmente nas últimas 24 horas, não é possível aceitar a censura, criminalização da expressão política, das evidências científicas e da atividade sindical.
A comunidade científica e sociedade brasileira vêm assistindo reiterados ataques às instituições públicas, aos pesquisadores e professores, bem como à democracia e liberdade de expressão. A professora Érika foi intimada a depor na Polícia Federal a partir de inquérito criminal aberto a pedido do presidente da república pelas críticas às ações do governo federal na ausência das medidas de controle da pandemia. Entendemos que esse ato evidencia censura e mais uma violação de diretos humanos, traduzindo a total falência desse governo para salvar vidas num momento de crise tão grave.
Temos um governo autoritário que, além de não enfrentar a grave crise sanitária, despreza a vida e destrói políticas sociais, o que não cabe numa sociedade democrática. Reiteramos aqui todo nosso apoio ao coletivo da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), às professoras das Universidades Brasileiras e aos movimentos que defendem a vida acima de qualquer outro valor.
Rio de Janeiro, 11 de março de 2021
Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO